O campo de Al Hol é o maior dos dois instalados no nordeste da Síria para receber as famílias dos combatentes do Estado Islâmico (EI).

Al Hol abriga mais de 43.000 pessoas, incluindo 21.500 crianças, segundo os dados mais recentes.

O campo de mais de 320 hectares tem prisioneiros de 47 países, incluindo França, Suécia, Países Baixos, Rússia, Turquia e Tunísia.

Administrado pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas por curdos e apoiadas pelos Estados Unidos, o campo chegou a abrigar 70.000 detentos, quando a coalizão antijihadista internacional intensificou o cerco ao reduto do EI em Baguz, Síria, no fim de 2018.

Os iraquianos sempre foram a “nacionalidade dominante” no campo e chegaram a ter 30.000 cidadãos no local, segundo a ONG Médicos Sem Fronteiras.

Após a derrota do “califado” do EI em março de 2019, vários países começaram lentamente a repatriar seus cidadãos.

Muitos europeus foram levados para Roj, um campo menor e mais bem cuidado, perto da fronteira com a Turquia, onde atualmente estão detidas 2.500 pessoas, a maioria “estrangeiros”, ou seja, nem sírios, nem iraquianos.

Os iraquianos são o maior grupo (20.144), seguidos pelos sírios (16.710). Dois terços dos 6.612 “estrangeiros” são pessoas com menos de 17 anos, segundo a administração do campo.

– Casamentos de crianças –

As forças curdas de segurança e as FDS protegem o campo, com supervisão de uma administração civil curda.

Dezenas de agências da ONU e ONGs locais e internacionais fornecem serviços de saúde, água, saneamento, educação e segurança.

Mas a administração em geral do campo está sob responsabilidade do grupo americano Blumont, pago pelo Departamento de Estado, com apoio financeiro da França para assistência humanitária e melhoras na infraestrutura.

O campo está dividido em dois: sírios e iraquianos vivem no campo principal e os “estrangeiros” permanecem em um “anexo” de segurança máxima, separado da área principal.

Autoridades do campo afirmam que muitos estrangeiros não revelam suas nacionalidades ou apresentam nacionalidades falsas.

Muitos casamentos no campo principal, onde vivem quase 3.000 homens, acontecem com menores de idade, incluindo meninas de apenas 13 anos, segundo trabalhadores humanitários.

Estes matrimônios não são registrados, nem os filhos dos relacionamentos, porque a administração dos curdos não reconhece casamentos com menores de idade.

A poligamia também não é reconhecida, razão pela qual o campo está “lotado de crianças não registradas”, afirmou um trabalhador humanitário.

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