Representante de uma das categorias que entraram na mira de Guedes por receber as “maiores aposentadorias”, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) avisou que entrar em confronto com as categorias não é uma boa estratégia a ser adotada pelo ministro da Economia. “Todos sabemos que é necessário algum tipo de reforma da Previdência, não há por parte da Ajufe oposição à ideia de reforma. Mas é necessário que debate seja feito de forma mais adequada e sem criar esse discurso dos privilegiados”, afirma o presidente da Ajufe, Fernando Mendes.

Guedes disse na quarta-feira (2) que o sistema previdenciário no Brasil é uma “fábrica de desigualdades” e que “quem legisla e julga tem as maiores aposentadorias, e a população, as menores”. Para o presidente da Ajufe, esse discurso “não está totalmente correto” porque servidores que ingressaram a partir de 2013 estão sujeitos ao teto do INSS, assim como os trabalhadores do setor privado. “Essa frase tem impacto midiático, mas não corresponde à verdade atual. Não pode colocar todo mundo numa vala comum”, afirma.

O discurso sobre privilégios se refere geralmente aos servidores que ingressaram até 2003 e até hoje mantêm o direito de aposentadoria com o último salário da carreira e reajustes iguais aos da ativa. O governo Michel Temer tentou exigir desses funcionários o cumprimento imediato da idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, que consta na proposta em tramitação no Congresso Nacional, para a manutenção do benefício. No entanto, enfrentou forte resistência das categorias.


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