FARNBOROUGH, Reino Unido (Reuters) – A Airbus espera que os atrasos no fornecimento de motores que estão impedindo as entregas de aeronaves melhorem na segunda metade de 2022, disse o presidente-executivo Guillaume Faury na segunda-feira.

A empresa foi forçada a construir alguns jatos A320neo de fuselagem estreita sem motores para manter as linhas de montagem em funcionamento, refletindo uma interrupção em menor escala observada em 2017, quando a Airbus foi forçada a construir dezenas de fuselagens sem motor apelidadas de “planadores”, enquanto esperava a chegada dos propulsores.

“Achamos que teremos mais motores no segundo semestre”, disse Faury à Flightglobal em uma entrevista divulgada na abertura do Farnborough Airshow.

A Reuters informou em maio que a fabricante de motores CFM estava enfrentando atrasos de seis a oito semanas após problemas na rede de fornecedores e alguns distúrbios trabalhistas na França, mas espera recuperar a maior parte disso no início do quarto trimestre.

Controlada pela General Electric e pela francesa Safran, a CFM é a maior fabricante de motores a jato por unidades vendidas e alimenta três dos quatro jatos de fuselagem estreita, incluindo todos os 737 MAX, da Boeing, e cerca de metade dos A320neo, da Airbus.

A CFM concorre no A320neo com a Pratt & Whitney, cujas entregas dos motores também estão enfrentando atrasos.

Stan Deal, executivo-chefe da unidade de fabricação de aviões da Boeing, disse no domingo que os motores são a principal restrição. A Boeing disse na semana passada que atingiu uma taxa de produção de 31 jatos MAX por mês, mas ainda não se estabilizou nesse nível.

“Não é vantajoso para nós fabricar aviões sem motores, então vamos ajustar nosso ritmo… e trabalhar lentamente para trazer essa cadeia de suprimentos de volta e aumentar nossos preços”, disse Deal.

(Por Tim Hepher)

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