Por Yago Rédua

Anderson Berinja não compete desde junho de 2019, quando foi derrotado por Andre Ewell. Em quase 18 meses, o brasileiro enfrentou uma grave lesão no peitoral e também pegou Covid-19, quando tinha luta marcada contra Jake Shore em julho deste ano. Neste sábado (28), pelo UFC Vegas 15, o peso-galo quer espantar a série negativa de dois reveses, vencer a primeira na franquia e não correr risco de ser dispensado da companhia.

Próximo adversário de Berinja, Martin Day também carrega duas derrotas seguidas em seu começo de trajetória no UFC. Em bate-papo com a TATAME, o paulista disse que sabe que a vitória é importante para seguir em ação pelo Ultimate, mas garante que tem experiência para lidar com a pressão.

– Estou no MMA há dez anos. O UFC casou essa luta sabendo que nós dois estamos vindo com duas derrotas. O contrato inicial do UFC são de quatro lutas, o cara quando perde a terceira, não faz a quarta. Eu tenho experiência de luta e vida, não vou deixar isso influenciar a minha performance. Lá dentro do octógono, fechou a portinha, é mais uma guerra. Vou lutar pra frente, como eu sempre fiz. Eu vou lutar para cima, batendo duro e buscando o nocaute ou a finalização – disse Berinja, que completou 35 anos em julho.

Confira outros trechos da entrevista com Anderson Berinja:

– Camp para o UFC Vegas 15

Eu fiz o camp com o meu time, o Babuíno Gold Team, onde sempre treino. Eu sempre estou treinado, porque treino todos os dias com a minha equipe. Estou na academia duas vezes por dia, de manhã e a noite. Treino tudo e todo dia. Quando tem uma luta, foco no jogo específico para aquele oponente e a preparação fica mais intensa, com sparring mais parecido com o que vamos fazer durante a luta.

– Análise do adversário

Acho que é um cara bom em pé e que tem um jogo de Taekwondo bonito. Mas ele tem uma deficiência no jogo de chão. Não tem uma defesa de queda forte, defende o single leg, mas o double leg se perde e é a minha melhor queda. Eu ainda tenho variações. Se não der na double leg, aperto a cintura dele. Sou faixa-preta e tenho um bom nível no Jiu-Jitsu. Vou conquistar a minha primeira, de muitas, finalizações no UFC.

– Período que ficou afastado

Eu estava na Califórnia (EUA) negociando para lutar em dezembro (de 2019), em Las Vegas, mas acabei sofrendo rompendo o tendão do peitoral. Cheguei a pensar: será que vou continuar com a minha carreira? Mas eu sou guerreiro, como todo brasileiro, e passei por aquele processo de fisioterapia, que é a parte mais chata, porque temos que ficar parados, sem poder fazer muitos exercícios. Coloquei minha cabeça no lugar. A pandemia começou quando o meu médico me liberou para lutar, aí a pandemia cancelou os eventos e acabei pegando Covid-19. Nunca fiquei tanto tempo sem lutar. É muito difícil.

– Dificuldades financeiras

O que me salvou (ficar tanto tempo sem lutar e no meio da pandemia) foi que eu tinha uma reserva financeira da minha última luta, quando lutei em junho do ano passado (2019). Eu conversei com minha esposa e falei para ela que economizando, pagando aluguel e tudo, dava para durar tudo certinho por quatro meses. E deu certinho. Depois as academias reabriram e comecei a dar algumas aulas.

CARD COMPLETO:

UFC on ESPN 18
UFC Apex, Las Vegas (EUA)
Sábado, 28 de novembro de 2020

Card principal (0h, horário de Brasília):
Peso-pesado: Curtis Blaydes x Derrick Lewis
Peso-meio-pesado: Anthony Smith x Devin Clark
Peso-pesado: Josh Parisian x Parker Porter
Peso-meio-médio: Miguel Baeza x Takashi Sato
Peso-pena: Spike Carlyle x Bill Algeo

Card preliminar (21h, horário de Brasília):
Peso-galo: Ashley Evans-Smith x Norma Dumont
Peso-galo: Martin Day x Anderson Berinja
Peso-mosca: Gina Mazany x Rachael Ostovich
Peso-leve: Jonathan Pearce x Kai Kamaka III
Peso-galo: Su Mudaerji x Malcolm Gordon
Peso-galo: Luke Sanders x Nate Maness