Ainda não é hora para o Banco da Inglaterra (BoE) cortar seus juros, afirmou o economista-chefe da instituição, Huw Pill, em uma sessão de perguntas e respostas nesta segunda-feira, 5. Segundo ele, apesar dos cortes estarem mais próximos no horizonte, a trajetória descendente da inflação ainda não é convincente, e é preciso mais provas antes de “premiar a economia com uma redução nas taxas”.

Pill destacou que a inflação não está estabilizada no Reino Unido, a inflação de alimentos segue elevada, bem como a de energia. Segundo ele, o Banco não está preocupado em reduzir as taxas de juros mais cedo para impulsionar o crescimento econômico britânico. “Nosso trabalho é só um: trazer a inflação de volta à meta de 2% ao ano, nosso trabalho não é sustentar a atividade e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)”, disse, ao enfatizar que o BC não levará o PIB em conta nas decisões.

Mesmo assim, Pill não descarta cortes de juros muito em breve, e diz que a discussão não é mais “se” a autoridade vai reduzir as taxas, mas sim “quando”. Em fevereiro, era cedo demais, segundo sua análise. Ele defende que os juros permaneçam em nível restritivo por mais tempo, mas pontua que, mesmo após os primeiros cortes, as taxas continuarão restritivas, desaquecendo a economia. “Não precisamos ver todas as inflações – de serviços, alimentos, energia – todas elas em queda. Não, o que precisamos para cortar juros são sinais mais fortes de que a alta de preços está caminhando para a nossa meta”, afirmou.