A inflação medida na primeira prévia de dezembro do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M), do Ibre/FGV, revelou uma queda de preço na passagem do mês. Porém, ainda há muita gordura acumulada em 2018 para queimar, diz o responsável pela elaboração do indicador, André Braz. “De novembro para dezembro houve uma desaceleração forte, mas não o suficiente para apagar o acumulado em 2018”, avalia o economista, acrescentando que a continuidade da desaceleração é um desafio para o próximo ano.

A primeira prévia do IGP-M deste mês registrou deflação de 1,16%. Os preços no atacado caíram ainda mais, 1,70%, e no varejo, 0,16%. A única alta foi capturada no índice que mensura a inflação da construção civil, de 0,06%.

“Se o índice não continuar desacelerando ao longo do primeiro trimestre e a atividade econômica avançar, a compra de insumos se dará num nível mais alto. Seria bom ter preços mais baixos quando a economia começar a crescer”, destacou Braz. Nos números do atacado, chamam atenção os bens intermediários e matérias-primas brutas, que caíram 2,32% e 2,53% na ponta, respectivamente. Em 12 meses, no entanto, acumulam alta de 13,84% e 12%.

Na passagem de novembro para dezembro, segundo a primeira prévia do IGP-M, as principais contribuições para a retração dos bens intermediários partiram do subgrupo materiais e componentes para a manufatura (de 1,51% para -2,63%). Entre as matérias-primas brutas, os destaques foram o minério de ferro (de -1,30% para -4,95%), cana-de-açúcar (de 0,80% para -2,02%) e mandioca (aipim, de 8,67% para -0,58%).