‘Ainda Estou Aqui’ disputa neste domingo o BAFTA, o ‘Oscar britânico’

“Conclave” e “O Brutalista” aparecem como os filmes favoritos para o BAFTA, o Oscar do cinema britânico, neste domingo (16), que também terá ‘Ainda Estou Aqui’ concorrendo em uma categoria, e que pode dar uma pista antes dos prêmios da Academia de Hollywood, em duas semanas.

Também indicado em várias categorias, “Emilia Pérez” pode ter perdido um pouco da vantagem após diversas polêmicas, incluindo tuítes xenófobos de sua protagonista, a atriz espanhola Karla Sofia Gascon, indicada para Melhor Atriz.

“Conclave”, dirigido pelo diretor alemão Edward Berger, chega à cerimônia com o maior número de indicações. Misturando suspense, drama e mistério, a produção britânico-americana sobre o processo de eleição de um papa concorre em 12 categorias, incluindo Melhor Filme.

“Emilia Pérez”, o musical dirigido pelo cineasta francês Jacques Audiard sobre um traficante de drogas mexicano que se submete a uma cirurgia de redesignação sexual, soma 11 indicações.

Em terceiro lugar, concorrendo em nove categorias, está “O Brutalista”, sobre um arquiteto judeu nascido na Hungria que sobrevive ao Holocausto e emigra para os Estados Unidos, onde luta para alcançar o sonho americano.

Dirigido por Brady Corbet, de 36 anos, o filme é uma coprodução de Estados Unidos, Reino Unido e Hungria.

Completam a lista de candidatos a Melhor Filme o drama americano “Anora”, de Sean Baker, que conta a história da viagem de uma stripper entre Nova York e Las Vegas, e “Um Completo Desconhecido”, a produção autobiográfica de Bob Dylan estrelada por Thimotée Chalamet e dirigido por James Mangold.

‘Ainda Estou aqui’ na disputa

“Ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles, concorre ao prêmio de Melhor Filme em Língua Não Inglesa, embora tenha um concorrente de peso em “Emilia Pérez”.

A produção, que na semana passada ganhou o prêmio Goya da Academia Espanhola de Melhor Filme Ibero-americano, conta a história de Eunice Paiva, viúva do deputado Rubens Paiva, assassinado durante a ditadura militar (1964-1985), e sua família.

Também concorrem nesta categoria o indiano “Tudo Que Imaginamos Como Luz”, o irlandês “Kneecap” e o iraniano “A Semente do Fruto Sagrado”.

O BAFTA será um ensaio geral para “Ainda Estou Aqui”, que chegará ao Oscar, em duas semanas, com três indicações nas categorias Melhor Filme Internacional, Melhor Filme (a primeira produção brasileira a obter tal indicação) e Melhor Atriz, pelo papel de Eunice Paiva interpretado por Fernanda Torres.

A produção brasileira também pode se beneficiar da polêmica em torno de “Emilia Perez”, premiado anteriormente no Festival de Cannes e no Globo de Ouro, embora os membros da Academia Britânica tenham começado a votar antes da revelação de tuítes racistas e islamofóbicos de Karla Sofía Gascón.

Sem príncipe William

“Emilia Pérez” também foi criticado por seu retrato do México e por ter recorrido à inteligência artificial para melhorar a voz de sua atriz, um recurso também utilizado em “O Brutalista”.

“Ainda Estou Aqui” não será o único representante latino-americano entre os indicados ao BAFTA, já que Selena Gómez e Zoë Saldaña, americanas de origens mexicanas e dominicanas, respectivamente, estão concorrendo na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante por seu trabalho em “Emilia Pérez”.

Entre as estrelas esperadas no tapete vermelho do Royal Festival Hall, em Londres, estão as americanas Demi Moore (“A Substância”) e Ariana Grande (“Wicked”), além do franco-americano Timothée Chalamet (“Um Perfeito Desconhecido”), que também estão indicados para Melhor Atriz ou Ator.

A cerimônia não contará este ano com a presença do príncipe William, presidente honorário do BAFTA, e sua esposa, Catherine, segundo anúncio do Palácio de Kensington.