O escritor e ambientalista Ailton Krenak tornou-se o primeiro representante indígena a ingressar na Academia Brasileira de Letras, conforme anunciado pela instituição nesta quinta-feira (5).

“Ailton Krenak é escritor de renome e figura central no movimento literário indígena do país. Sua voz é fundamental para o cenário atual, pois é elo entre a rica herança cultural e histórica dos povos originários e a literatura nacional”, manifestou-se a Academia pelo Instagram.

A instituição observou que a eleição do também poeta e filósofo da etnia krenak “reafirma o compromisso (da Academia) em promover a diversidade e a inclusão” na literatura brasileira.

Eleito com 23 dos 39 votos possíveis, Krenak, de 70 anos, ocupará o assento deixado pelo falecido historiador José Murilo de Carvalho. Na disputa, histórica pelo número de candidatos inscritos (15), também competia outro representante indígena, o escritor Daniel Munduruku.

Krenak chamou a atenção da mídia em 1987, quando, discursando na tribuna da Assembleia Constituinte a favor de leis para proteger as comunidades indígenas, pintou o rosto de preto com tinta de jenipapo.

A Constituição de 1988, elaborada após a ditadura militar (1964-1985), finalmente garantiu aos indígenas o direito de ocupar suas terras ancestrais, demarcadas pelo Estado.

Krenak escreveu vários livros, incluindo “Ideias para Adiar o fim do mundo” e “A vida não é útil”.

rsr/msi/am/mvv