A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou neste domingo (26) que seus inspetores tiveram o acesso negado a uma planta de fabricação de componentes para centrífugas no Irã, que era “indispensável”.

Os inspetores não conseguiram entrar na fábrica de componentes para centrífugas TESA Karaj, no Irã, em 12 de setembro, o que viola o compromisso firmado no acordo alcançado com a República Islâmica, informou a AIEA em comunicado.

Segundo o texto, o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, reiterou que a execução de “todas as atividades” da agência mencionadas no acordo nucelar relacionadas com “equipamentos”, “instalações” e “localidades” iranianas identificadas pela AIEA são “indispensáveis”.

Por outro lado, Grossi informou na nota aos países-membros que a República Islâmica permitiu todos os outros acessos programados entre os dias 20 e 22 de setembro.

Assim, os inspetores foram autorizados a fazer a manutenção dos equipamentos de monitoramento e vigilância e a substituir os meios de armazenamento em “todos os locais necessários”, exceto na planta de TESA Karaj, segundo o comunicado.

A nota da AIEA chega no momento em que as negociações para ressuscitar o acordo nuclear de 2015 estão paradas.

O chamado Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), firmado entre o Irã e o G5+1 (EUA, França, Rússia, China, Reino Unido, mais Alemanha), oferece a Teerã o fim de uma parte das sanções internacionais em troca do compromisso da República Islâmica de utilizar seu programa nuclear apenas com fins civis, e sob controle da ONU.

No entanto, após a saída unilateral dos Estados Unidos do acordo em 2018, no governo de Donald Trump, o Irã também deixou de cumprir uma parte de seus compromissos.