A Agência Internacional de Energia (AIE) elevou, nesta sexta-feira (11), a previsão da demanda global de petróleo bruto em 2023, que caminha para um máximo histórico de 102,2 milhões de barris por dia.

“Projeta-se que a demanda mundial de petróleo deve aumentar em 2,2 milhões de barris por dia (mbd) para alcançar 102,2 milhões de barris até 2023”, afirmou essa agência com sede em Paris em seu relatório semanal.

A AIE observa que a demanda por petróleo caminha para “seu nível anual mais alto já registrado”.

Em junho, já havia atingido “um recorde de 103 mbd e, em agosto, pode chegar a outro pico”, destaca esse organismo, ligado à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Em fevereiro, a AIE já antecipava um recorde de 101,9 mbd para 2023, contra 99,9 mbd em 2022, e 97,6 mbd, em 2021.

Em seu informe, a agência explica que essa demanda crescente tem origem nas inúmeras “viagens aéreas, no maior uso do petróleo na geração de eletricidade e no aumento da atividade petroquímica chinesa”.

A China responde por mais de 70% do crescimento, que “deve se desacelerar para 1 mbd em 2024”, disse a AIE.

Os altos níveis de demanda também ocorrem em um contexto de tensões de mercado. Em julho, “a oferta mundial de petróleo caiu de 910.000 barris por dia para 100,9 mbd”.

– Rumo a um aumento de preço? –

Os nove países membros da Opep+, liderados por Riade e Moscou, concordaram em maio com cortes voluntários na produção de petróleo, uma política que foi acelerada pela Arábia Saudita.

O declínio significativo na produção saudita em julho provocou “uma queda da produção do bloco OPEP+ de 1,2 mbd para 50,7 mbd, enquanto os volumes fora da OPEP+ aumentaram de 310.000 barris por dia para 50,2 mbd”, detalha a agência.

A Rússia também se comprometeu a reduzir suas exportações de petróleo bruto de 500.000 barris por dia em agosto para 300.000 em setembro.

“Se as metas atuais da aliança se mantiverem, as reservas de petróleo podem cair de 2,2 mbd no terceiro trimestre para 1,2 mbd, no quarto trimestre, o que pode provocar um novo aumento dos preços”, reconhece a AIE.

O aumento do preço do petróleo bruto “aumentou os rendimentos, graças às exportações (de petróleo), de 2,5 bilhões de dólares para 15,3 bilhões de dólares”. Isso representa uma queda de US$ 4,1 bilhões em relação ao ano passado, embora seja “o nível mais alto desde novembro de 2022”.

A AIE acredita que a oferta mundial de petróleo aumentará 1,5 mbd, atingindo um valor recorde de 101,5 mbd, um crescimento relacionado, sobretudo, aos Estados Unidos. A agência considera, porém, que esse crescimento será temporário e que, no próximo ano, a demanda pela commodity diminuirá.

Essa tendência, segundo a AIE, estará relacionada com a desaceleração econômica e com a aceleração da “transição energética” para enfrentar a mudança climática.

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