O corpo diretivo da Associação Internacional de Boxe (Aiba, na sigla em inglês) nomeou, nesta sexta-feira, o marroquino Mohamed Moustahsane como presidente interino, substituindo o usbeque Gafur Rakhimov, que se afastou na semana passada.

A eleição de Rakhimov em novembro foi bastante contestada por Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), pelo fato de o dirigente ter seu nome na lista do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos como fornecedor de “apoio material” a uma organização criminosa, ligada ao tráfico de armas e de heroína.

Há uma semana, Rakhimov renunciou ao seu cargo e disse que “discussões de base política” estavam prejudicando os trabalhos que estavam sendo feitos na entidade para o boxe continuar a fazer parte do programa olímpico.

Uma dívida de US$ 16 milhões (R$ 63 milhões) da Aiba é outro problema apontado pelo COI, que poderá ser solucionado com a ajuda do russo Umar Kremlev, membro do comitê executivo da entidade. O dirigente promete pagar a dívida, caso o boxe siga no programa olímpico para os Jogos de Tóquio-2020.

A Aiba disse em um comunicado que o seu Comitê Executivo elegeu Moustahsane, chefe da Confederação Africana de Boxe, com 23 dos 25 votos possíveis. Foram duas abstenções.

O COI anunciou nesta quinta-feira que o conselho da entidade vai apresentar um relatório final do inquérito em 22 de maio, quando se ficará sabendo se o boxe fará ou não parte dos Jogos Olímpicos do ano que vem.

A Aiba saberá se vai organizar ou não o torneio de boxe de Tóquio-2020, bem como a classificação, a partir de setembro. Se as sanções forem mantidas, o COI substituirá a federação e organizará o torneio olímpico e os rankings.

Mas a Aiba está confiante de que a recente renúncia de seu presidente pode reduzir as tensões e ajudar a resolver o conflito.