Residentes brancos da cidade de Palma, em Moçambique, atacados em março por extremistas, foram evacuados com prioridade sobre os habitantes negros, denunciou a Anistia Internacional nesta quinta-feira (13), com base em testemunhos.

Cerca de 200 pessoas haviam se refugiado em um hotel da cidade, situada no norte de Moçambique, quando ocorreu a ofensiva extremista no final de março.

Palma está muito perto de um grande projeto de extração de gás da empresa francesa Total, no qual trabalhavam muitos estrangeiros.

Uma equipe de segurança privada sul-africana, a Dyck Advisory Groupe (DAG), que apoiou o exército moçambicano, evacuou cerca de vinte pessoas do hotel em 24 de março, incluindo brancos e um pequeno grupo de negros “importantes”, explica o relatório.

Até mesmo dois cachorros passaram na frente do resto do pessoal local abrigado no hotel, sempre de acordo com esses depoimentos.

A Anistia Internacional relatou um caso de “racismo flagrante”.

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“É absolutamente impreciso”, respondeu Lionel Dyck, chefe do DAG, à AFP.

O cerco ao hotel Amarula durou mais de 48 horas. Durante o ataque a Palma pelos jihadistas, uma dúzia de pessoas morreram.

Os que não puderam ser evacuados de helicóptero deixaram o hotel em um comboio que foi “atacado”, segundo depoimento de onze sobreviventes.

Os agentes da DAG e o gerente do hotel “priorizaram a segurança dos alvos”, de acordo com a declaração da AI.

Doze corpos decapitados foram encontrados perto do hotel, coincidindo com informações relatadas no início de abril por outras fontes.


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