O autor de novelas Aguinaldo Silva faz revelações sobre os bastidores das produções da Globo em seu livro, lançado recentemente, e conta que traficantes fizeram parte dos elencos dos folhetins da emissora. 

Segundo o portal “Notícias da TV“, na obra “Meu Passado me Perdoa: Memórias de uma Vida Novelesca”, o escritor relembra sua trajetória e dedica a terceira parte a contar situações marcantes de sua carreira como autor, além de histórias de bastidores. Em um dos relatos, o veterano lembra que havia atores que forneciam drogas para o elenco da Globo. 

“É um fato notório – e acho que já ultrapassado – que naquela época havia um consumo de drogas, digamos assim, exagerado em boa parte do meio artístico. Então, havia figuras que, embora oficialmente fossem atores, também se poderia chamar de traficantes, as quais eram agregadas ao elenco das produções para prover os demais do que fosse necessário nesse terreno”, revelou o autor. 

Aguinaldo Silva conta que a atriz Betty Faria chegou a se recusar a gravar com um dos atores traficantes. A situação aconteceu durante a minissérie “Bandidos da Falange”, de sua autoria, e que foi exibida na Globo em 1983. A produção retratava o surgimento e os desdobramentos de uma facção criminosa. 

A atriz interpretou Marluce, uma das personagens principais da minissérie, que recebia diamantes roubados de seu amante e passava a ser perseguida por fazer parte do crime. Na produção, um dos atores traficantes fazia parte do elenco da minissérie e interpretaria uma entidade, o amante falecido da personagem de Betty, que apareceria para conversar com ela no cemitério.

O autor disse que não havia sido informado sobre esta participação, que seria a única do tal ator na trama. Ele só ficou sabendo ao receber um telefonema da atriz, que estava em pânico. 

“Encarar o fulano de frente, de madrugada, em pleno cemitério, com direito a neblina e tudo, e ainda mais com ele a bancar uma entidade maligna? Pelo amor de Deus, Aguinaldo, é barra-pesada demais pra mim. Eu não vou conseguir fazer isso!”, relembrou o ator, que ligou para o diretor da minissérie e pediu a substituição imediata do ator.

“Ele, talvez sabendo mais do que eu do que se tratava, nem discutiu comigo e fez o que eu pedia”, relatou o autor. Betty Faria, então, executou a cena do cemitério com outro ator.