Uma das construções mais impressionantes e “modernas” da Antiguidade foi revitalizada e recebeu água depois de 1,5 mil anos de seca. As Termas de Caracalla, beleza da Roma Antiga, na Itália, foram remodeladas e voltaram a funcionar no começo desse mês após ampla reforma. Local de luxo à época do Império Romano, era o espaço de banhos bem quentes para os nobres, aquecido por escravos que queimavam toneladas de madeira em 50 fornos de tijolos que mantinham a água quente 24 horas por dia.

A reinauguração, depois da remodelação arquitetônica, contou com jatos de água que tentaram resgatar as fontes que existiam no local, assim como as periódicas nuvens de vapor. De acordo com as autoridades romanas responsáveis pela preservação do patrimônio histórico, a ideia é reconstituir aos visitantes do sítio arqueológico o padrão de vida e a experiência que as pessoas tinham até o século V em um dos ambientes mais sofisticados do Império.

De acordo com historiadores, as termas possuíam importância social fundamental no Império: serviam para lazer, entretenimento e higiene pessoal, mas também eram um ambiente onde se discutiam-se e fechavam-se negócios — e até mesmos os rumos políticos e questões administrativas.

Com projeto assinado por Hannes Peer e Paulo Bornello, as Termas de Caracalla têm um espelho d’água com mil metros quadrados e um projeto voltado para ressaltar as “experiências imersivas dos visitantes”, segundo o texto divulgado pela Superintendência Especial de Roma, que investiu 500 mil euros.

O pequeno lago abriga um palco de espetáculos que já recebeu números de dança recentemente. Os dois arquitetos exaltam o conceito de “reconexão entre presente e passado, valorizando o aspecto humano dentro do contexto histórico”.

O projeto faz parte de um programa mais amplo de revitalização de importantes áreas turísticas da Roma Antiga, que obedecerão a um cronograma gradual de abertura à visitação pública. No complexo das termas, o projeto inclui também a reabertura da antiga entrada da Via di Caracalla, que os antigos romanos utilizavam há 2 mil anos.