A Advocacia-Geral da União pediu ao Supremo Tribunal Federal, na tarde deste domingo (8), a prisão de Anderson Torres, exonerado do comando da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, após a invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso por bolsonaristas. O órgão argumenta que Torres portou-se de forma omissa diante da barbárie.

Homem forte de Jair Bolsonaro, Torres está de férias nos Estados Unidos. Antes de embarcar rumo ao exterior, contudo, não se licenciou do cargo. Durante a tarde, chegou a anunciar medidas nas redes sociais para “restabelecer a ordem”. “Determinei que todo efetivo da PM e da Polícia Civil atue, firmemente, para que se restabeleça a ordem com a máxima urgência. Vandalismo e depredação serão combatidos com os rigores da lei”, anotou, depois do caos tomar o centro de Brasília, ainda que a Secretaria tivesse ciência, com antecedência, dos planos de extremistas.

Na peça de quatro páginas direcionada ao STF, a AGU defendeu a imediata desocupação de todos os prédios públicos federais em todo o país e a dissolução dos acampamentos de bolsonaristas posicionados nas imediações de quartéis e outras unidades militares.

Em outra ponta, para garantir a futura responsabilização dos manifestantes radicais, a AGU também pediu que o STF ordene às plataformas de mídias e de redes sociais a interrupção da monetização de perfis e transmissão das mídias sociais que possam promover, de algum modo, atos de invasão e depredação na Esplanada.

Solicitou, também, que determine às empresas de telecomunicações a preservação, por 90 dias, de registros de conexão suficientes para definição ou identificação de geolocalização dos usuários que estavam na Praça dos Três Poderes e no Quartel General do Exército no DF na tarde deste domingo.