PARIS, 14 OUT (ANSA) – Centenas de agricultores e ativistas ambientais marcharam nesta terça-feira (14) em Paris para protestar contra o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, definido pelos participantes como “mortal para os agricultores”, tanto na França quanto na Amazônia.
Em um ambiente tranquilo e com um esquema de segurança discreto, os manifestantes levantaram a voz contra um acordo que rejeitam “há mais de 25 anos”, segundo um importante sindicato agrícola da nação europeia.
“UE-Mercosul não é esterco, mas fede do mesmo jeito e não faz nada crescer”, entoou a multidão, que caminhou até a Torre Eiffel, onde foi organizado um “grande piquenique solidário”.
Todos os sindicatos do setor agrícola francês se opõem firmemente ao pacto entre os blocos, cujo processo de ratificação foi iniciado por Bruxelas no começo de setembro. A França, que no passado havia expressado uma rejeição categórica, agora parece adotar uma postura menos hostil.
O acordo busca facilitar as exportações europeias de automóveis, máquinas, vinhos e outros produtos, em troca da redução das tarifas para importação de carne bovina, aves, açúcar e mel da América do Sul, contudo, os sindicatos parisienses defendem que o tratado colocará produtores dos dois continentes em concorrência direta.
Os manifestantes pediram ao presidente da França, Emmanuel Macron, que “cumpra suas promessas” e defenda os agricultores diante do que ele mesmo havia classificado, no início de 2025, como “um texto ruim”, referindo-se ao acordo UE-Mercosul.
“É um acordo que vai matar a agricultura e nos envenenar: um terço dos pesticidas autorizados no Brasil está proibido na UE”, declarou a eurodeputada do partido França Insubmissa (LFI), Manon Aubry, acrescentando que apresentará um recurso ao Tribunal de Justiça da UE para verificar se o acordo é compatível com os tratados europeus. (ANSA).