São Paulo, 16/06 – O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, afirmou há pouco que a paridade do preço interno do milho com o mercado internacional está hoje em R$ 23 por saca de 60 kg “e por menos que isso não dá para comprar”. “Acabou-se o tempo de comprar milho a R$ 10, R$ 11 por saca. A agroindústria precisa se planejar com o novo patamar de cotações do cereal”, destacou ele a jornalistas, durante o Seminário Perspectivas para o Agribusiness 2016/17, promovido pela BM&FBovespa, em São Paulo. Geller afirmou que a prioridade agora é recompor os estoques do grão como forma de atenuar a forte alta do produto neste ano, de mais de 40%. Atualmente, as reservas nacionais estão em 600 mil toneladas, sendo que 500 mil toneladas podem ser disponibilizadas para leilão em breve. O preço da commodity atingiu altas recordes no mercado doméstico em 2016. O indicador do milho Cepea/Esalq/BM&FBovespa acumula aumento de mais de 40% desde o início do ano. Ontem, fechou a R$ 52,04/saca. Além da quebra de safra e dos estoques apertados, o aumento das exportações, impulsionadas pela desvalorização do real ante o dólar desde o segundo semestre do ano passado, também contribuiu para esse cenário. Na avaliação de Geller, contudo, a saca do produto já começou a ceder após a intervenção do governo. “Em Mato Grosso chegamos a vender a R$ 35 por saca. Hoje temos dificuldades de comercializar a R$ 27 por saca.” O secretário ainda comentou que o Ministério da Agricultura trabalha com um aumento de área plantada com grãos de 2 milhões de hectares neste ano. Geller comentou rapidamente também sobre a possível saída do Reino Unido da União Europeia. “Isso é assunto de política internacional, não da Agricultura”, disse, ao ser questionado pelo sobre o impacto do chamado Brexit sobre o agronegócio nacional.