O momento é de tensão. A família Bolsonaro está com os nervos à flor da pele nesse início de campanha e sua irritação só deve aumentar. Primeiro foi o presidente que se atracou com o blogueiro de direita Wilker Leão ao ser chamado de “tchuchuca do Centrão” quando conversava com apoiadores em frente ao Palácio do Planalto. Depois foi o filho 03, Eduardo Bolsonaro, que lançou xingamentos e impropérios contra um adversário político hoje, em São Carlos (SP), só porque o sujeito lhe cobrou uma promessa feita em 2018. As primeiras demonstrações de violência política nessas eleições estão sendo dadas pelo próprio presidente e por sua família, que não sabem receber críticas e reagem a elas com agressividade. Os assessores da campanha já perceberam que Bolsonaro é incontrolável, assim como seus filhos. Está próximo o dia em que eles chegarão às vias de fato contra algum oposicionista.

O que se vê no comportamento dos Bolsonaros é ressentimento e mágoa e reações despropositadas a qualquer questionamento. Da mesma forma que o pai passou dos limites ao tentar tirar o celular à força da mão de Wilker, Eduardo também perdeu as estribeiras com o ex-secretário de saúde de São Carlos e candidato a deputado federal Marcos Palermo (MDB). Palermo cobrou Eduardo por uma ambulância de suporte avançado que havia sido prometida pelo filho do presidente para a cidade, onde recebeu 10 mil votos há quatro anos. A promessa não foi cumprida e Palermo só disse: “Obrigado pelos 10 mil votos que teve aqui”. E ouviu do filho do presidente: “Vai tomar no seu cu, seu filho da puta”. Além disso, ao se aproximar de Eduardo, o político do MDB recebeu uma joelhada na perna dos seguranças.

Raiva e agressividade dão o tom da campanha bolsonarista e os primeiros sinais dados nesse início de disputa são preocupantes e apontam para um crescimento da tensa política. Está mais do que provado que a os Bolsonaros não conseguem resolver nada com diálogo e racionalidade. A única fórmula política que eles conhecem é a da ofensa e dos pontapés. Não dá para esperar de nenhum deles uma conversa civilizada ou uma reação tranquila diante de alguma crítica. É uma família que só se sente à vontade promovendo a cultura do ódio e da inimizade.