Amamentar pode até parecer uma tarefa fácil quando vista de longe, mas é um ato que exige cuidado, paciência e perseverança. Neste mês do aleitamento materno, o Agosto Dourado, a ginecologista e obstetra Carolina Curci, apontou os 10 principais erros cometidos durante a amamentação; confira abaixo e saiba como evitar.

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Falta de autoconfiança

Nas primeiras semanas, a falta de autoconfiança pode ser comum, principalmente para as mães de primeira viagem ou para aquelas que tiveram dificuldade de amamentar na gestão anterior, por acharem que não dão conta da missão. “Nós somos produtoras de leite, não fábricas, então é preciso ter calma, confiança e tranquilidade para que esse momento seja especial. A mãe está aprendendo a amamentar, assim como o bebê está aprendendo a mamar”, reforça a médica.

Alimentação incorreta

O leite materno é a única alimentação nos primeiros dias de vida, ou seja, precisa ter todos os nutrientes responsáveis pelo desenvolvimento. Por esse motivo é tão importante que as mães mantenham uma dieta saudável rica em vitaminas C e B, cálcio, ferro, ácido fólico, zinco e ômega 3. Carolina recomenda a ingestão de peixes de água fria, gema de ovo, frutas e legumes, e indica evitar alimentos gordurosos, com chocolate e cafeína.

Retornar aos vícios

“Com o estresse no pós-parto, algumas mamães voltam a consumir álcool e nicotina, que são prejudiciais para o sistema nervoso central e desenvolvimento do bebezinho, já que ambos passam para o leite materno. Recomendo se programar para esse momento com uma rede de apoio. Defina quem te ajudará com as roupas, limpeza da casa e idas ao supermercado, por exemplo, pois são tarefas que causam exaustão e podem incentivar a volta aos vícios”, explica a obstetra.

Não confiar no próprio leite

Não existe leite fraco. As mamas são preparadas para produzir o alimento desde a gestação, após o parto ocorrem alterações hormonais necessárias e durante a amamentação a sucção correta também ajuda manter a produção. O leite materno é dividido em três fases, que alteram sua aparência e composição: colostro (primeiros cinco dias), transição (do 6° ao 15° dia) e maduro (a partir do 16° dia).

De acordo com a especialista, é recomendado que o recém-nascido fique somente na amamentação até seis meses de vida, ou seja, sem água, chás e outros tipos de leite sem a correta orientação do pediatra. Para as mães que precisam ficar fora por motivos de trabalho, por exemplo, vale fazer o uso de bombas elétricas, para garantir a amamentação exclusiva do leite materno nesse período.

Amamentar com o bebê sonolento

Amamentar com o bebê acordado e desperto é sempre a melhor opção, pois ele conseguirá fazer a sucção de maneira correta. “Caso esteja sonolento, ele não mama direito e, assim, além da próxima mamada ser breve, poderá machucar os mamilos da mulher. A dica para a mulher cansada é: evitar essa situação, acendendo as luzes e tirando as roupinhas do bebê para que ele colabore com o momento”.

Não se atentar à pega correta

O grande segredo da amamentação é a pega correta. Segundo Carolina Curci, quando os bebês pegam somente o mamilo, além de não extraírem bem o leite, podem provocar rachaduras no seio e, caso isso aconteça, é recomendado o uso de pomada de lanolina na região machucada.

“O certo é abocanhar a maior parte da aréola para ter uma melhor sucção e não ferir a mãe. É preciso ter somente um apoio, ele naturalmente se achega para mamar. Ao segurá-lo, é preciso apoiar a cabeça e deixá-la alinhada ao corpo, a posição mais comum é o abdômen da mãe em contato com o do neném, enquanto apoia o bumbum dele na mão e a cabeça na dobra do braço. O ideal é procurar sempre posições confortáveis para amamentar, vale colocar um travesseiro em cima das pernas para ajudar a ter mais firmeza”, explica.

Falta de concentração

Como o tempo é curto, muitas mulheres aproveitam a hora da amamentação para realizar outras tarefas como ler, mexer no celular e assistir. “É muito importante aproveitar o período do aleitamento para conversar com o bebê e fortalecer o vínculo entre mãe e filho. Vale também cantar e contar histórias, qualquer coisa para o manter acordado com um bom ritmo de sucção”, reforça a ginecologista.

Se prender ao tempo de mamada

O recomendado é esquecer relógios e despertadores que ditem o horário que a criança deve mamar. O melhor e mais importante é zelar pela livre demanda, ou seja, o bebê dita o ritmo: o tempo que quiser, quanto achar necessário e no intervalo que sentir vontade.

Amamentar com muita gente por perto

“O ato de amamentar é um processo único que as mães terão de aprender dia após dia. Para algumas delas, estar com pessoas ao redor é ruim, para ter conforto e tranquilidade precisam estar a sós. Não há nenhum problema com isso, basta pedir licença aos presentes e fazer da amamentação o momento mais lindo entre você e seu filho”, declara a obstetra.

Alternar as mamas na mesma mamada

Ainda de acordo com a especialista, é melhor esvaziar completamente o primeiro seio antes de alternar para o segundo, pois o esvaziamento total exige cerca de duas ou três mamadas. “Quando as mães alternam os dois seios em cada amamentação, acabam por produzir excesso de leite.  Além de irritar o bebê, a hiperprodução pode fazer com que ele ganhe menos peso, pois não consegue chegar ao leite posterior, que tem alta carga de gordura, capaz de gerar saciedade e prazer”.