O totalitário Partido Comunista Chinês anunciou na semana passada que o mandato presidencial no país não é mais de cinco anos com direito a uma reeleição. Será por tempo indeterminado. Assim, o atual presidente, Xi Jinping, poderá ficar no poder até a morte, se ninguém golpeá-lo antes. É a volta do personalismo que não se via na China desde os tempos do tirano Mao Tsé-Tung, que governou de 1949 até 1976, ano em que morreu. A diferença é que hoje o país não é a pobreza agrária do passado – tem a segunda maior economia do planeta e crescimento de 6,5% ao ano. A história política e social das nações faz-se, em grande parte, por meio dos sucessos ou fracassos de seus sistemas econômicos. O instinto humano é o da sobrevivência, e países economicamente saudáveis, ainda que não democráticos, são mais garantidores de que a população não passará fome se comparados àqueles que cambaleiam em crises financeiras, embora respeitem a democracia. O ideal é a pujança na economia e a liberdade na política, com a presença de um Estado mínimo. Mas, infelizmente, não é de ideais que se constitui o desenrolar da jornada humana, e esse é um dos pontos que explicam os fracos protestos vistos na China e fora dela com a eternização do poder. Quem, internamente, protestaria contra o agora perpétuo Jinping, se é ele quem comanda o processo econômico? Houve algumas manifestações pelas redes sociais, logo censuradas. É claro que o presidente joga com a população, e fez do combate à corrupção a justificativa para o autoritarismo. É aqui que surge outro ponto: em um mundo que caminha para regimes totalitários, que nação compraria briga com a poderosa China, boa parceira comercial? É lamentável ver a China tornar-se mais obscurantista e endeusar um ditador, mas igualmente lamentável é o silêncio que cerca o recrudescimento de uma tirania comunista.

2 em cada 10 denunciados em casos de corrupção no Rio de Janeiro, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, são ou foram policiais. Nos últimos 7 anos, o Judiciário recebeu 5.219 denúncias. Desse total, 1.030 envolvem funcionários do setor de segurança pública. Somente contra policiais ou ex-policiais militares há 826 processos.

COMPORTAMENTO
Fiéis pedem bênção para o “cajado de ferro”

Jacqueline Larma

Liderados pelo reverendo Hyung Jin Moon, filho do mundialmente famoso reverendo Moon, que morreu em 2012 na Coreia do Sul, centenas de casais lotaram no estado americano da Pensilvânia, na quarta-feira 28, o Santuário da Paz Mundial e da Unificação. Motivo: abençoar seus casamentos e seus fuzis, que eles chamam de “cajado de ferro”. Os integrantes da seita defendem que professores portem armas enquanto dão aulas, e argumentam que, se assim fosse, teriam conseguido impedir que se consumasse a recente tragédia numa escola da Flórida – nela, um atirador matou dezessete pessoas. No mesmo dia da clebração dos fuzis, o presidente Donald Trump surpreendeu os EUA: ele pediu maior controle na comercialização de armamentos. A rede Walmart não mais venderá fuzis.

PERSONAGEM
O “japonês da Federal” está aposentado

Alan Marques

O policial Newton Ishii, o “japonês da Federal” que ganhou fama escoltando presos da Lava Jato, aposentou-se na segunda-feira 26. Viúvo, mora em Curitiba com a filha e o cachorrinho Lhasa apso. Dos tempos da Lava Jato, coleciona canecas com imagens de suas escoltas. E lembra: os presos da Lava Jato choravam assim que pisavam a carceragem, todos tinham disenteria. Ser candidato? Nem pensar, diz ele.

EDUCAÇÃO
Brasil, 260 anos sem saber ler

É desesperador: relatório inédito do Banco Mundial afirma que o Brasil demorará pelo menos duzentos e sessenta anos para chegar ao patamar educacional de países desenvolvidos na área da leitura. Ou seja: o desempenho dos estudantes brasileiros, quando estão lendo um texto, é péssimo – sobretudo no quesito “compreensão daquilo que lê”. Esses dois séculos e meio são praticamente impossíveis de serem recuperados, ainda que o Páis passasse a privilegiar imediatamente a educação – o que, é óbio, não acontecerá. A tendência é o brasileiro se tornar cada vez mais analfabeto funcional.

25 milhões de alunos, em todo o mundo, não possuem conhecimentos elementares de leitura

CÂMARA
Ele tem “penduricalho” no salário

O deputado federal Rubens Bueno é o relator do projeto que tesoura os “penduricalhos” nos salários de servidores públicos. Detalhe 1: ele tem auxílio-moradia mensal de R$ 4.253,00. Detalhe 2: mora no apartamento cuja proprietária é sua mulher. O deputado diz que pensa em abrir mão do auxílio. A conferir.

JUSTIÇA
Júri condena ex-deputado

Geraldo Bubniak

Depois de nove anos e de trinta e quatro recursos judiciais, o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho foi condenado na semana passada, pelo Tribunal do Júri de Curitiba, a nove anos e quatro meses de prisão. Tanto o MP quanto a defesa recorrerão da sentença e ele aguardará em liberdade. Carli Filho causou a morte de dois jovens que estavam em um carro num acidente por ele provocado – dirigia o seu veículo a 170 quilômetros por hora e estava embriagado, segundo a polícia. O seu automóvel “decolou” e atingiu o das vítimas. O ex-deputado foi condenado por homícidio simples com dolo eventual (assumiu o risco de matar mas não tinha a intenção de fazê-lo).