Desde que foi perseguido por Carla Zambelli, que brandia uma arma pelas ruas do bairro paulistano dos Jardins, em outubro de 2022, o jornalista Luan Araújo vive situações kafkianas. Já foi condenado criminalmente por escrever sobre o caso enquanto viu a Câmara sequer abrir uma representação contra Zambelli no Conselho de Ética. Esta semana, Araújo disse esperar encontrar um pouco de justiça com o julgamento do caso pelo STF, marcado para sexta-feira, 21.
“Nestes últimos dois anos eu estou mais angustiado do que querendo justiça. Eu tive crises no ano passado ao prestar depoimentos. Estou tomando medicações. Minha vida virou de ponta-cabeça, de uma forma não muito boa”, disse ele à coluna.
Araújo conta que o caso está bem documentado e que prestou os depoimentos necessários para esclarecer a situação:
“Eu espero que ela seja condenada. Está tudo documentado, o meu relato, o das testemunhas. Mas, agora, é com eles.”
Jornalista negro, Luan Araújo fala que, com a agressão e com tudo o que se desenrolou depois, perdeu muito de sua crença no país.
“Faço parte de uma classe social que é marginalizada. Eu sei que o fato de a pessoa ser negra, um homem preto, torna mais fácil de você ficar na frente de uma arma.”
Na ocasião, a polícia rejeitou a denúncia de racismo contra a deputada. No STF, ela será julgada pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.