Ele já chamou a Fifa de “máfia”, acusou os dirigentes esportivos de ladrões e denunciou um esquema de corrupção na entidade máxima do futebol. Mas, agora, ele faz parte da festa. Diego Maradona, pela primeira vez em décadas, estará nesta segunda-feira na sede da Fifa e será usado pelo novo presidente, o suíço Gianni Infantino, como uma demonstração de que os velhos cartolas do passado já não fazem parte da entidade e que uma página na história foi virada.

Diego Maradona, que em 1994 foi suspenso da Copa do Mundo nos Estados Unidos depois de ter sido pego em um exame antidoping, sempre acusou o brasileiro João Havelange, presidente da Fifa à época, e o argentino Julio Grondona de terem armado uma maneira de o derrubar.

Neste domingo, o velho crítico da entidade deu sinais de que está disposto a colaborar com a nova gestão. Ao chegar na cidade de Zurique, na Suíça, tirou fotos com a equipe da Fifa, distribuiu sorrisos e abraços. Oficialmente, o convite tem uma relação com o prêmio que a Fifa dará ao melhor jogador do ano de 2016.

Mas um de seus objetivos é o de conversar com Gianni Infantino sobre o futuro da Associação de Futebol Argentino (AFA), sob intervenção da Fifa e até ameaçada de ser suspensa de atividades internacionais.

Para o presidente da Fifa, a presença de Diego Maradona também é um sucesso diplomático. Ao convencer o argentino a aceitar um retorno à entidade, o cartola tenta demonstrar ao mundo que mesmo um dos maiores críticos do suíço Joseph Blatter, ex-presidente da entidade máxima do futebol, agora aposta na nova gestão. Para os cartolas mais irônicos, agora falta apenas convencer o FBI de que a Fifa mudou.