A Agência Nacional de Mineração (ANM) interditou e suspendeu todas as atividades na área do Complexo Córrego do Feijão, diante do rompimento da Barragem 1 do complexo, em Brumadinho (MG), ocorrida ontem. A tragédia deixou ao menos 9 mortos e mais de 300 desaparecidos.

O complexo é da mineradora Vale. O auto de interdição foi assinado pela Gerência Regional na ANM em Minas Gerais.

A condição de desinterdição, segundo o documento, é o “restabelecimento de todas as condições técnicas de segurança da operação, devidamente comprovadas junto à ANM/MG”.

Monitoramento

O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Henrique Canuto, colocou como prioridade o monitoramento da barragem 6, uma barragem de água situada logo ao lado daquela que rompeu em Brumadinho (MG). De acordo com ele, a estrutura abriga 1 milhão de metros cúbicos de água e está sendo constantemente monitorada pela Defesa Civil para checar sua estabilidade.

“Vamos melhorar procedimentos para evitar nova tragédia humana”, afirmou o ministro, acrescentando que uma eventual ruptura da barragem 6 tornaria o desastre ainda maior. Ainda segundo o ministro, está sendo monitorado também o risco de chuva na área afetada, mas o risco neste momento é baixo.

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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, negou que tenha havido no governo qualquer discussão sobre um projeto de afrouxamento das regras que regem o licenciamento ambiental. Salles participou de entrevista coletiva concedida após a visita do presidente Jair Bolsonaro a Brumadinho.

“Nunca houve nenhum projeto de afrouxamento (do licenciamento ambiental). O que mostramos é que a ação do Ibama é rigorosa e rápida. O que precisamos é ter foco na atuação”, afirmou Salles.

Questionado sobre a necessidade de revisão de legislações que permitam prevenir casos como o ocorrido na barragem da Vale, Salles emendou: “É preciso termos uma revisão de legislação ambiental para tirar coisas simples e aprofundar nas questões mais complexas, de mais risco, para que as equipes possam se dedicar com foco nas atividades com mais potencial de risco, como são as barragens.”

Por determinação do Planalto, o Comando Militar do Leste (CML), com sede no Rio de Janeiro, coordena, desde a noite de ontem, a operação de logística e transporte dos agentes militares e civis deslocados para ajudar no resgate de vítimas e socorro aos atingidos pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais.

Em nota, o Comando informou que, até agora, foram empregados 930 militares operacionais, incluindo tropas da Polícia do Exército com cães farejadores e 38 militares da área de saúde, entre médicos e enfermeiros. O trabalho está sendo organizado a partir de Belo Horizonte. No Centro Integrado de Comando e Controle, instalado na cidade, o grupo conta com um helicóptero do Exército, 132 veículos, como caminhões, ônibus e cisternas, 140 barracas e toldos, 95 camas de campanha e 360 colchões. Os agentes que trabalham na localização de corpos e resgate de sobreviventes dispões de equipamentos móveis de telecomunicação (telefones satelitais e rastreadores via satélite).

O comando deixou de prontidão novos contingentes de homens em unidades militares em Minas Gerais. Eles estão “mobilizados” e em “situação de prontidão para emprego imediato”, informou o comunicado. Também estão disponíveis para o trabalho equipes de busca e salvamento da Marinha e da Força Aérea Brasileira (FAB).


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