Agência Europeia de Medicamentos considera a vacina AstraZeneca ‘segura e eficaz’

Agência Europeia de Medicamentos considera a vacina AstraZeneca

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) considerou nesta quinta-feira (18) que a vacina contra o coronavírus da AstraZeneca, suspensa em vários países europeus, é “segura e eficaz”.

Apesar disso, não descartou “definitivamente” que o medicamento, um dos mais rapidamente aprovados e que já foi recebido por milhões de pessoas em todo o mundo, possa estar associado a alguns raros episódios de trombos sanguíneos.

“O comitê chegou a uma conclusão científica clara: é uma vacina segura e eficaz”, disse a diretora-executiva da EMA, Emer Cooke, em videoconferência.

“Com base nas evidências disponíveis, e após dias de análise aprofundada” dos dados, “não podemos excluir definitivamente uma ligação entre esses casos e a vacina”, disse a encarregada, entretanto.

Na Europa, vários países devem decidir rapidamente se retomam ou não a campanha de vacinação com o medicamento AstraZeneca, em um contexto de tensão devido ao atraso generalizado.

Além dessa decisão, o governo francês decidiu voltar a confinar 12 milhões de habitantes de Paris e outras regiões por pelo menos um mês.

– EMA segue critério da OMS –

Sete Estados europeus, incluindo Alemanha, França e Espanha, ampliaram a lista de quinze países que suspenderam no início desta semana a administração da vacina por medo de reações como a formação de coágulos.

França e Itália anunciaram que vão retomar a vacinação com este imunizante na sexta-feira.

A EMA, que deu luz verde à vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e pela Universidade de Oxford no dia 29 de janeiro, decidiu seguir os mesmos critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomendou na quarta-feira a continuidade do uso da vacina.

Nesta quinta-feira, a agência reguladora do Reino Unido também afirmou que não encontrou nenhuma ligação direta entre as vacinas AstraZeneca / Oxford e Pfizer / BioNTech e a formação de trombos.

No Reino Unido, onde a campanha de vacinação continua em ritmo acelerado, cerca de 11 milhões de pessoas receberam o medicamento AstraZeneca, que deve ser injetado em duas doses.

– “Riscos/benefícios” –

Há uma série de contratempos que coincidem com uma situação epidemiológica “especialmente” preocupante na Europa Central e nos Bálcãs, como alertou esta quinta-feira a OMS, com as infecções aumentando pela terceira semana consecutiva no Velho Continente.

“O número de pessoas morrendo de covid-19 na Europa é maior hoje do que na mesma época do ano passado”, enfatizou o diretor da OMS para a região da Europa, Hans Kluge.

A pandemia deixou pelo menos 2,68 milhões de mortos em todo o mundo, de acordo com um balanço da AFP nesta quinta-feira, e muitos países estão imersos em uma corrida contra o relógio para contê-la.

Na França, a propagação do vírus se acelerou principalmente em Paris e na chamada Ile de France. Toda a França está sob toque de recolher a partir das 18h locais e algumas áreas são confinadas no fim de semana ao norte e sudeste do país.

Na Alemanha, afetada por uma terceira onda, o governo pediu à população que fosse “responsável” e não viajasse para a ilha espanhola de Maiorca, apesar de centenas de voos turísticos.

Os líderes regionais alemães também pediram à UE que acelere sua revisão da vacina russa Sputnik V para uso o mais rápido possível.

Na Itália, Bérgamo (norte) sediou uma cerimônia de homenagem aos mais de 103.000 mortos pelo coronavírus com a presença do chefe do governo Mario Draghi, que depositou uma coroa de flores no cemitério e participou da inauguração de um “Bosque da memória” em um parque local.

– México receberá vacinas dos EUA –

Na América Latina, o México anunciou que receberá lotes de vacinas dos Estados Unidos, mas sem dar detalhes de marcas ou prazos.

Enquanto isso, o Brasil continua registrando número assombrosos: 90.303 infecções por coronavírus nas últimas 24 horas e 2.648 mortes.

Segundo o Ministério da Saúde, o gigante sul-americano – com 212 milhões de habitantes – acumula 11.693.838 infecções e 284.775 mortes, após várias semanas alcançando marcas trágicas.

Os especialistas alertam que o forte recrudescimento da pandemia pode aumentar o número de mortos para 600.000 antes que as vacinas avancem.

O Chile vai impor um novo confinamento estrito do país a partir desta quinta-feira, enquanto as vacinas já chegaram até a base chilena na Antártica, onde cinquenta pessoas receberam a primeira dose.

O continente branco escapou da pandemia até dezembro, quando um surto foi detectado em uma base do exército chileno.

A ONU previu, por sua vez, que a vacinação entre os refugiados no mundo se estenderá além de 2022, devido à lenta distribuição das doses em alguns países.