O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) admitiu que enfrenta uma grave crise financeira devido aos fortes cortes de recursos dos Estados Unidos, mas assegurou não estar “em pânico”.
Desde que o presidente Donald Trump voltou à Casa Branca, em janeiro, informes sobre demissões em massa e cortes de operações em agências da ONU se tornaram comuns, pois o magnata republicano reduziu drasticamente a contribuição financeira dos EUA.
“Li rumores infundados, como que todos vamos nos mudar para Viena e que 70% do pessoal será transferido para o terreno, exceto a direção. Nada disso é correto”, declarou o chefe da agência de direitos humanos da ONU, Volker Türk, durante uma reunião com funcionários na quinta-feira, em Genebra.
O ACNUDH, que tem 2.000 funcionários – incluindo cerca de 900 em Genebra – ainda não anunciou demissões, mas Türk admitiu que está atravessando “um momento complexo”.
A porta-voz Ravina Shamdasani também disse à AFP que a agência está “em uma situação financeira muito séria”, mas assegurou: “Não estamos em pânico”.
Na quinta-feira, o jornal suíço Le Temps noticiou que “um vento de pânico” soprava na agência, sugerindo que esta estava considerando se mudar da cara Genebra para cidades como Viena, Nairóbi e outros lugares.
Durante a reunião de quinta-feira, Türk ressaltou que a agência já tinha adotado um processo de melhoria organizacional há tempos e negou que os planos para transferir mais pessoal fora de Genebra fosse em consequência de uma reestruturação no nível de toda a ONU.
“Já tínhamos previsto uma descentralização de certas funções”, ressaltou. “Seguimos comprometidos com este enfoque para poder operar de forma mais eficaz em nível mundial. Isto inclui transferir cargos diretivos”, destacou.
“O fortalecimento da nossa presença regional já foi aprovado pela Assembleia Geral, mais recentemente em relação aos nossos escritórios em Bruxelas, Beirute, Bangcoc, Cidade do Panamá, Dacar, Pretória, Nassau e Iaundé”, detalhou.
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