GENEBRA, 20 JUN (ANSA) – O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Rafael Grossi, declarou nesta sexta-feira (20) que nenhum vazamento de radiação foi detectado no Irã após os ataques israelenses, mas alertou que o “perigo” existe.
O diplomata argentino, que discursou no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), dedicado especialmente ao conflito entre Tel Aviv e Teerã, analisou que a usina nuclear de Bushehr é o local no território iraniano onde as consequências de uma ofensiva poderão ser mais graves.
“É uma usina nuclear em funcionamento e um ataque direto pode levar a uma liberação muito alta de radioatividade no meio ambiente”, disse Grossi.
De acordo com o sul-americano, caso isso se tornasse realidade, a população local deveria ser rapidamente evacuada para não sofrer sérios danos.
“Países da região me contataram diretamente para expressar suas preocupações. Um ataque que desativasse as duas únicas linhas que fornecem eletricidade à usina poderia causar o derretimento do núcleo do reator, resultando em uma alta liberação de radioatividade no meio ambiente”, disse.
Em seu discurso, Grossi garantiu que a agência nuclear da ONU “pode garantir, por meio de um sistema de inspeções irrefutáveis, que nenhuma arma nuclear será desenvolvida no Irã”.
Paralelamente, a Aiea informou em suas redes sociais que uma ofensiva israelense ao reator nuclear de água pesada do Irã em Arak danificou “os principais edifícios da instalação, incluindo a unidade de destilação”. (ANSA).