Mais de 200 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 960 bilhões na cotação atual) teriam sido pagos de forma fraudulenta a pequenas e médias empresas nos Estados Unidos mediante programas de apoio econômico criados durante a pandemia, segundo um relatório oficial divulgado nesta terça-feira (27).

Segundo a Administração de Pequenos Negócios (SBA), essa cifra é “pelo menos 17% dos 1,2 trilhão de dólares (R$ 5,8 trilhões) de dois programas de apoio a pequenas e médias empresas (PYMES) durante a pandemia de covid-19”.

Essa estimativa supera substancialmente a do final de 2022, que situava a fraude em torno dos 100 bilhões de dólares (R$ 480 bilhões).

O alto valor da quantia pode ser explicado, segundo o relatório, pelo “enfraquecimento ou suspensão dos controles normalmente necessários”, já que a agência distribuía rapidamente as ajudas às empresas necessitadas.

“A obtenção de ‘dinheiro fácil’ nesse contexto atraiu um grande número de fraudadores”, aponta o relatório.

Aproximadamente 30 bilhões de dólares (R$ 145 bilhões) pagos de forma fraudulenta foram recuperados, disse o informe, que também aponta que mais de 1.000 pessoas foram acusadas e mais de 800 foram presas, dentre as quais 500 foram condenadas.

Dezenas de investigações estão em curso e “continuamos identificando esquemas de fraude”, destaca o relatório. Por isso, a estimativa do montante total da fraude “pode mudar”.

Em um texto anexo ao informe, a agência apontou que o documento se referia à “fraude potencial” e não à “fraude provável”, o que aumenta automaticamente o eventual volume da quantia.

A pandemia de covid-19 atingiu a economia americana em março de 2020, e destruiu mais de 20 milhões de postos de trabalho em dois meses.

O governo federal ampliou o seguro-desemprego, aumentando as quantias e a duração dos pagamentos e ampliou o número de beneficiários.

Os Estados Unidos gastaram 4,6 trilhões de dólares (R$ 23 trilhões) para auxiliar sua economia.

els/jum/pta/gm/dga/dd/ic