África do Sul e Vaticano se uniram, nesta quinta-feira (31), ao Catar, em uma conferência realizada em Montreal, no Canadá, para oferecer mediação e facilitar o retorno de 20.000 crianças ucranianas que estão na Rússia.

A “Conferência Ministerial sobre a Dimensão Humana da Fórmula de Paz da Ucrânia” reuniu representantes de 70 países.

“É preciso permitir que as crianças, os civis e os prisioneiros de guerra voltem para casa”, disse a ministra de Relações Exteriores canadense, Mélanie Joly, ao anunciar um acordo dos delegados sobre os passos a serem seguidos para “trazer estas pessoas de volta para casa”.

Catar, África do Sul e Vaticano, indicou Joly, serviriam de intermediários para apoiar e negociar o retorno das crianças. Lituânia e Catar atuariam como países de trânsito.

Os Emirados Árabes Unidos também se oferecerem para ajudar a mediar na troca de prisioneiros de guerra russos e ucranianos.

O ministro de Relações Exteriores ucraniano, Andrii Sybiha, se mostrou “feliz de que tenhamos estabelecido a rede de parceiros para acelerar este processo” de repatriações.

Desde julho de 2023, o Catar conseguiu o retorno de dezenas de crianças ucranianas que foram levadas à Rússia e a territórios ocupados desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Kiev exigiu a devolução de quase 20.000 menores procedentes da Rússia, um número que muitos observadores consideram subestimado.

Em março de 2023, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu uma ordem de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, e sua comissária para os Direitos da Infância, Maria Lvova-Belova, pelo crime de guerra de “deportações ilegais”.

Essas acusações foram rechaçadas reiteradamente pelas autoridades russas, que afirmam ter protegido as crianças dos combates e dizem estar dispostas a devolvê-las a suas famílias na Ucrania, se elas assim o solicitarem.

Segundo Kiev, 860 crianças foram repatriadas até agora.

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