A África do Sul afirmou nesta segunda-feira (17) que a chegada inesperada de 153 palestinos em um avião na semana passada revela “uma clara intenção de expulsar os palestinos” da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.
O grupo desembarcou em Joanesburgo em um voo fretado na quinta-feira sem carimbos de saída de Israel em seus passaportes. Segundo relatos, uma organização desconhecida chamada Al-Majd esteve envolvida em sua viagem desde Gaza.
“Suspeitamos das circunstâncias que cercam a chegada do avião”, declarou à imprensa o ministro das Relações Exteriores, Ronald Lamola.
A polícia de fronteira sul-africana manteve o grupo no avião por 12 horas, antes de o presidente Cyril Ramaphosa permitir sua entrada com uma isenção padrão de visto de 90 dias.
Mais tarde, soube-se que um primeiro avião com 176 palestinos havia aterrissado em 28 de outubro, segundo a organização beneficente local Gift of the Givers, que auxilia os recém-chegados.
“Não queremos que cheguem mais voos, pois isso revela uma clara intenção de expulsar os palestinos de Gaza, da Cisjordânia e dessas áreas, algo ao qual a África do Sul se opõe”, declarou Lamola.
A ‘Gift of the Givers’ informou à AFP que os palestinos que estão ajudando disseram que pagaram cerca de 2.000 dólares por pessoa à Al-Majd pela viagem e que não sabiam que estavam indo para a África do Sul.
Quando o escritório da AFP em Jerusalém tentou entrar em contato com a Al-Majd, nenhum dos números listados em seu site estava em serviço. Seu endereço vinculado levava apenas ao bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental.
Autoridades israelenses informaram à AFP no fim de semana que foi permitido aos 153 palestinos saírem de Gaza após receberem “a aprovação de um terceiro país para acolhê-los”, sem nomear o país em questão.
Lamola declarou nesta segunda-feira que Pretória estava investigando o caso.
A África do Sul, que receberá vários líderes mundiais na cúpula do G20 neste fim de semana, é considerada uma das maiores defensoras da causa palestina.
jcb/br/ach/hgs/mb/jc/fp