A Agence France-Presse (AFP) informou neste sábado (4) em um comunicado que solicitou a Israel uma “investigação completa e transparente sobre a responsabilidade exata de seu exército” após o bombardeio que causou sérios danos em seu escritório na cidade de Gaza, bombardeada há semanas.

A AFP “tomou nota das últimas declarações de um porta-voz do exército israelense que mencionou ‘um bombardeio do Tzahal nas proximidades [do escritório da AFP] que poderia ter causado destroços'”.

No entanto, “essas declarações por si só não podem explicar, neste momento, a magnitude dos danos sofridos no escritório da AFP”, localizado no topo de um prédio de 11 andares, afirmou a agência.

“Um bombardeio contra o escritório de uma agência de imprensa internacional envia uma mensagem preocupante a todos os jornalistas que trabalham em condições tão difíceis como as que prevalecem hoje em Gaza”, declarou o presidente da AFP, Fabrice Fries, citado no comunicado.

“É essencial que seja feito tudo que for possível para proteger os meios de comunicação em Gaza”, acrescentou.

De acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), mais de 30 jornalistas morreram na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas.

A AFP é um dos poucos meios de comunicação internacionais que possuem um escritório em Gaza. Ela emprega um total de nove pessoas no enclave e está “redobrando seus esforços para permitir a evacuação daqueles de seus funcionários e seus familiares que desejam deixar o território”.

O serviço de “vídeo ao vivo” da AFP, que transmitia imagens ao vivo da cidade de Gaza, está temporariamente suspenso desde o sábado, por razões alheias à AFP.

Segundo um colaborador da AFP que conseguiu se aproximar do local na sexta-feira de manhã, um projétil explosivo entrou de leste a oeste no escritório do técnico, localizado no último andar do prédio. O projétil destruiu a parede oposta à janela e causou danos significativos em duas salas adjacentes.

Uma porta-voz militar israelense disse na sexta-feira à AFP que “com base nas informações disponíveis no momento, parece que houve um ataque do Tzahal (Forças de Defesa de Israel) perto do prédio para eliminar uma ameaça iminente”.

“É muito importante enfatizar que o edifício não era de forma alguma um alvo do Tzahal e que não temos indícios de que um alvo tenha sido errado neste ataque”, explicou.

“Houve um ataque do Tzahal nas proximidades que poderia ter causado destroços”, acrescentou.

Israel prometeu “aniquilar” o Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, após seu sangrento ataque ao território israelense em 7 de outubro, que resultou em pelo menos 1.400 mortes, a maioria civis.

Desde então, Israel vem bombardeando o território palestino e, de acordo com o Hamas, quase 9.500 pessoas, incluindo 3.900 crianças, morreram na ofensiva.

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