Beijar é tudo de bom. Mas será que são só benefícios que ele pode proporcionar para nós? Não exatamente. De acordo com Teena Chopra, médica diretora de prevenção de infecções e epidemiologia hospitalarno Detroit Medical Center and Wayne State University (EUA), um beijo na boca pode transmitir diversos tipos diferentes de DSTs, como vírus herpes simplex 1 e 2 e sífilis.

A boa notícia é que você não precisa deixar de beijar para sempre. Contudo, é uma boa ideia apenas estar ciente do que pode ser espalhado por meio desta troca. Aqui está o que você precisa saber sobre as duas DSTs que você pode pegar através do beijo:

Pegar herpes através do beijo

A infecção pelo vírus herpes simplex é uma das mais comuns e, uma vez contraídas, duram por toda a vida, segundo o National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID).

“Uma vez que uma pessoa tenha sido infectada, o vírus pode permanecer latente por anos antes de reativar periodicamente”, aponta o site. É por isso que também é importante observar: as pessoas que não sabem que têm herpes ainda podem transmiti-la, de acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC).

Leia mais

Doenças sexualmente transmissíveis: o que você precisa saber
Mycoplasma genitalium: Porque essa DST merece sua atenção

Enquanto o tipo HSV-1 é responsável pelo herpes oral, o HSV-2 é o que causa o herpes genital. No entanto, o herpes oral pode se espalhar da boca para os órgãos genitais, como resultado do sexo oral, segundo o CDC. E, sim, o inverso também é verdadeiro: o herpes genital pode ser passado dos genitais de uma pessoa para a boca de outra pessoa, causando herpes oral.

Se você estiver preocupado com herpes (e você sabe que seu parceiro tem), peça-lhe que seja diligentes em relação aos sintomas que indicam que um surto está chegando. É mais provável que você contraia o vírus durante um surto de herpes.
Sensações de queimação, coceira e/ou formigamento são sinais de que feridas estão prestes a aparecer, de acordo com a Planned Parenthood.

Você também pode incentivar seu parceiro a se abrir, assegurando-lhe que o herpes não é motivo para se envergonhar. Na verdade, é ridiculamente comum. Acredite: mais da metade dos americanos tem herpes oral, e cerca de um em cada seis tem herpes genital, de acordo com a Planned Parenthood.

Outro método de prevenção: se seu parceiro tem herpes, ele pode conversar com um médico para receber indicação de algum remédio que possa diminuir as chances de espalhar o vírus.

Pegar sífilis através do beijo

A sífilis ocorre em quatro estágios, de acordo com o CDC, com diferentes sinais e sintomas associados a cada estágio.

A sífilis primária será evidente porque geralmente aparecem úlceras ao redor dos genitais e/ou da boca. O estágio secundário inclui erupção cutânea, inchaço dos gânglios linfáticos e febre. O terceiro estágio não possui sinais ou sintomas a mais do que a etapa anterior. Por fim, o quatro estágio da sífilis pode estar ligado a problemas médicos graves. Caso não seja tratado, ele pode afetar o coração, o cérebro e outros órgãos do corpo, segundo o CDC.

A infecção pode ser transmitida por contato direto com uma ferida durante os três primeiros estágios, através de sexo vaginal, anal ou oral – e, sim, também através do beijo.

Teena Chopra explica que a única maneira de evitar totalmente a sífilis é evitar beijar ou ter relações sexuais. Contudo, como isso não é tão simples, existem algumas maneiras de reduzir seu risco.

“A primeira delas é perguntar diretamente aos novos parceiros se eles têm ou não uma DST (ou pedir que façam o teste se não souberem), assim como evitar o beijo ao ver feridas”, diz Amesh A. Adalja, médico e estudioso sênior do Johns Hopkins University Center for Health Security (EUA).

Enquanto isso, também é importante que você se certifique de fazer testes. Normalmente, os médicos não vão examiná-la para herpes. Isso só acontecerá se você apresentar sintomas como feridas, de acordo com a Planned Parenthood. Todavia, você ainda pode fazer exames de sífilis, apresentando ou não sinais da doença.