Mais bilionários e mais pobres. China e Estados Unidos ascendem, Europa caminha a passos lentos, países pobres sofrem, setor financeiro segue em alta, companhias aéreas sem turistas… Um panorama dos vencedores e perdedores da pandemia na esfera econômica.

– A crise, uma lembrança distante? –

2020 ficará marcado como um ano economicamente sombrio para muitos países, com grandes colapsos.

A China já havia alcançado um crescimento positivo em 2020 (+ 2,3%), uma exceção. O bom momento continuou no primeiro trimestre de 2021, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 18,3%, nível recorde.

A China espera um crescimento de pelo menos 6% para todo o ano e o Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que chegará a 8,4%.

Os Estados Unidos ainda não divulgaram o PIB do primeiro trimestre, já em contração de 3,5% em 2020, o pior resultado desde 1945.

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No entanto, as taxas de desemprego são as mais baixas desde o início da crise em abril, as vendas no varejo estão mais fortes do que o esperado em março, a atividade industrial em Nova York atinge em abril seu auge em vários anos.

O novo governo de Joe Biden aprovou um grande plano de recuperação e vacinou incessantemente contra a covid. O crescimento pode chegar a 6,4% neste ano, segundo o FMI.

No nível empresarial, alguns setores se recuperaram ainda mais. Para os gigantes da tecnologia, a pandemia foi sinônimo de atividade frenética e lucros gigantescos.

Os bancos americanos mostram lucros claramente crescentes no primeiro trimestre.

As quantias de dinheiro disponibilizado para superar a crise levaram muitas vezes os mercados de ações a níveis nunca vistos por mais de 20 anos.

O Bitcoin atingiu 65 mil dólares e a bolsa de criptomoedas Coinbase esta semana conquistou uma entrada espetacular no mercado de ações, comparável à do Facebook em 2012.

O número de entradas na bolsa de valores aumentou no início de 2021 em todo o mundo, para 430, um nível sem precedentes em duas décadas.

– Quando virão dias melhores? –

Pressionados por novas restrições e mais lentos em suas campanhas de vacinação, vários Estados europeus viram suas economias declinar no início de 2021.

Na França, a perda de atividade em relação a antes da crise da saúde foi de 4% em março e será de 7% em abril, considerou o banco central na segunda-feira, sem questionar sua previsão de um crescimento anual de 5,5%.


Itália (+ 4,5%) e Espanha (+ 6,5%) revisaram para baixo suas projeções de crescimento e a Alemanha mostra-se cautelosa (+ 3%). Na zona do euro, o crescimento seria de 4,4% neste ano.

De acordo com o FMI, os países em desenvolvimento e de baixa renda tendem a sofrer ainda mais, sem recursos e com vacinação limitada.

O horizonte também é sombrio para as companhias aéreas, afetadas pela falta de turistas.

– Os efeitos da crise a longo prazo –

A crise ainda não produziu todos seus efeitos.

A FAO alerta que a pandemia reduziu o acesso ao mercado de trabalho e às terras agrícolas, causando perda de produção em algumas regiões.

O efeito final sobre o emprego ainda é desconhecido nos países onde os Estados mantiveram setores totalmente paralisados.

Grandes empresas como H&M, Danone, Nokia, Jaguar, Heineken, Siemens Energy, Commerzbank, Sanofi, Fedex e Michelin anunciaram milhares de cortes de empregos no início deste ano.

A pobreza está explodindo nos países mais carentes.

Por outro lado, o ranking anual da revista Forbes incluiu 660 novos bilionários pelo mundo, atingindo um total de 2.755, um nível recorde.


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