Partido de ultradireita vai governar Pirna, no leste, com uma população de cerca de 40 mil habitantes. Vitória confirma ascensão do partido eurocético e anti-imigração, sobretudo nos estados da antiga Alemanha Oriental.O partido de ultradireita Alternativa para Alemanha (AfD) elegeu neste domingo (17/02) seu primeiro prefeito de uma cidade de médio porte, em uma nova vitória que confirma a ascensão do partido eurocético e anti-imigração, sobretudo no leste do país.
Tim Lochner, de 53 anos, vai governar a cidade de Pirna, de cerca de 40 mil habitantes, situada no estado da Saxônia, não muito longe de Dresden e da fronteira com a República Tcheca.
Ele obteve 38,54% dos votos no segundo turno, derrotando Kathrin Dollinger-Knuth (CDU), que ficou em segundo lugar com 31,4% dos votos, e Ralf Thiele, do pequeno partido Freien Wähler, que obteve 30,1%.
Alice Weidel, colíder do AfD, saudou o resultado como "histórico".
Um bom ano para a AfD
O ano de 2023 está sendo especialmente bem-sucedido para a AfD. Em julho, o partido conquistou sua primeira prefeitura no país. Hannes Loth venceu na pequena cidade de Raguhn-Jeßnitz, no estado da Saxônia-Anhalt, também no leste.
Um mês antes, a legenda havia vencido sua primeira eleição para conselho distrital, com o candidato Robert Sesselmann no distrito de Sonneberg, na Turíngia, outro estado do leste.
Embora o partido de ultradireita seja mais popular no leste alemão, pesquisas em todo o país mostram que, se as eleições federais fossem hoje, a AfD receberia cerca de 20% das intenções de voto, tornando-se a segunda maior força do Bundestag (a câmara baixa do parlamento alemão), atrás apenas da União Democrata Cristã (CDU) da ex-chanceler federal Angela Merkel.
Se levados em conta apenas os estados da antiga Alemanha Oriental, ou seja, o leste alemão, a percentagem de eleitores dispostos a votar na AfD é superior a 30%, segundo as sondagens. E justamente em três desses cinco estados ocorrem eleições estaduais no próximo ano: Turíngia, Saxônia e Brandemburgo. Atualmente, a AfD detém 83 lugares no Bundestag.
O resultado deste domingo foi divulgado poucos dias depois de o diretório do partido no estado da Saxônia se juntar ao da Turíngia e da Saxônia-Anhalt e ser classificado como uma organização extremista de direita e, portanto, que requer o acompanhamento do serviço secreto a fim de prevenir riscos à segurança interna e à ordem liberal-democrática do país. O anúncio foi feito pelo Departamento de Proteção da Constituição do estado da Saxônia, que observou o diretório por quatro anos antes de adotar essa classificação.
le (Lusa, ots)