Advogados pedem 15 anos de prisão para acusados de tentar matar Kirchner na Argentina

Os advogados da ex-presidente argentina Cristina Kirchner pediram, nesta quarta-feira (13), 15 anos de prisão para dois dos três acusados de tentar assassiná-la em 2022, no primeiro dia de alegações do julgamento realizado em Buenos Aires.

A acusação da ex-presidente (2007-2015) e ex-vice-presidente (2019-2023) pediu que Fernando Sabag Montiel, que apertou o gatilho contra Kirchner sem que a arma fosse disparada, e sua ex-parceira Brenda Uliarte, acusada como coautora, fossem condenados por tentativa de homicídio agravado.

O advogado Marcos Aldazábal alegou que os dois “atuaram como coautores funcionais” do atentado mal-sucedido e destacou que, em sua declaração no julgamento, Sabag Montiel “basicamente confessou o fato” e “declarou ele mesmo estar consciente do que estava fazendo”.

A acusação considerou que a tentativa de homicídio foi agravada pelo uso de arma de fogo e por violência de gênero.

Em sua alegação, Aldazábal criticou a etapa de investigação do caso e afirmou que a juíza encarregada “obstruiu” a busca de possíveis autores intelectuais do crime conectados com rivais políticos de Kirchner.

“Temos sentados [no banco dos réus] os autores materiais, mas não os mentores e financiadores”, havia dito Kirchner durante sua declaração no julgamento no ano passado.

Sobre o terceiro acusado, Nicolás Carrizo, que era apontado como “planejador”, Aldazábal afirmou: “Não existem elementos para que possamos acusá-lo hoje”.

Na noite de 1º de setembro de 2022, Sabag Montiel acionou uma arma de fogo duas vezes contra a cabeça da ex-presidente, sem conseguir um disparo.

Ele havia se camuflado entre os simpatizantes que diariamente se reuniam em frente à sua casa para apoiá-la enquanto ela enfrentava um julgamento por corrupção.

A ex-presidente foi condenada a seis anos de prisão e inelegibilidade perpétua por esse caso em junho deste ano. Atualmente, cumpre sua condenação em prisão domiciliar.

O julgamento pelo atentado mal-sucedido continuará na próxima quarta-feira com os argumentos dos promotores.

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