Os advogados de um médico acusado pela morte de Diego Maradona solicitaram nesta segunda-feira (4) o afastamento de dois juízes nomeados para reiniciar o julgamento após a anulação do anterior, devido ao “receio real” de que “não fossem imparciais”.
O pedido foi apresentado pelos advogados de defesa de Leopoldo Luque, médico pessoal de Maradona e um dos oito réus pela morte do ídolo, ocorrida em novembro de 2020.
O documento, obtido pela AFP, solicita a recusa de Roberto Gaig e Juan Pablo Rolón com base no ocorrido na audiência preliminar realizada em julho, o que, segundo os advogados de defesa, “inspira um receio real de que não sejam imparciais”.
Gaig e Rolón são dois dos três juízes do novo tribunal nomeados em julho para reiniciar o julgamento pela morte de Maradona.
O julgamento anterior, que ocorreu de março a maio, foi anulado após o escândalo envolvendo um dos juízes por participar de um documentário clandestino sobre o julgamento.
Nesse sentido, a defesa de outra ré, a psiquiatra Agustina Cosachov, também pediu sua absolvição nesta segunda-feira, argumentando que ela não pode ser julgada duas vezes pelo mesmo crime.
O pedido de afastamento dos juízes se baseia em discussões acaloradas durante uma audiência em julho entre o juiz Gaig e Francisco Oneto, advogado de Luque. O magistrado insistiu em acelerar o processo, enquanto o advogado de defesa exigiu o respeito aos prazos legais. Após uma pausa, o juiz mudou sua posição.
De acordo com a petição apresentada nesta segunda, Gaig “conduziu esta audiência com total desrespeito à lei e com o uso mais abusivo de seu poder”.
“Este não é um caso qualquer. É o caso que discute como terminou a existência física da maior estrela do futebol mundial. Talvez comparável apenas ao caso O.J. Simpson, ou ao caso que investigou a morte de Michael Jackson”, afirma o pedido, que acusa ambos os juízes de buscarem “protagonismo”.
Agora, o próprio tribunal deve decidir se afasta ou não os juízes, e a decisão pode ser apelada a uma segunda instância. Enquanto isso, o caso pode prosseguir.
Maradona morreu de edema pulmonar enquanto estava internado em casa se recuperando de uma neurocirurgia.
Oito membros da equipe médica do astro do futebol podem pegar de 8 a 25 anos de prisão por homicídio doloso, uma acusação que implica que eles sabiam que suas ações poderiam levar à morte do paciente.
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