Os advogados de Carlos Ghosn, presidente da Renault detido há cerca de dois meses no Japão, recorreram da decisão do juiz de negar liberdade sob fiança a seu cliente – anunciou o tribunal de Tóquio nesta quinta-feira (17).

Alvo de três acusações, por abuso de confiança e outras malversações financeiras, Ghosn ficará em prisão provisória até 10 de março pelo menos, salvo se o recurso apresentado na quinta-feira alterar a decisão de primeira instância comunicada na terça-feira.

O principal advogado do empresário de 64 anos, Motonari Otsuru, disse anteriormente que rejeita o motivo, pelo qual havia decidido manter Ghosn preso. A Justiça alegou risco de fuga, assim como de ocultação, ou destruição, de provas.

Já que Ghosn está, com frequência, no exterior, os promotores afirmaram que era possível que quisesse fugir da Justiça japonesa se fosse posto em liberdade sob fiança.

Com acusações mais leves, o então braço direito de Ghosn, Greg Kelly, também detido, teve seu pedido de liberdade sob fiança aceito em 25 de dezembro.

O julgamento de Ghosn ainda deve levar alguns meses.

Na semana passada, no tribunal, Carlos Ghosn se declarou “falsamente acusado” e negou todas as acusações contra ele.

Na quarta-feira, o Estado francês, primeiro acionista da Renault, pediu a convocação de um conselho de administração do construtor de automóveis para designar um sucessor para Carlos Ghosn, cuja imagem se viu muito deteriorada nos últimos meses.

Ele perde, assim, seu último título. Nissan e Mitsubishi já o destituíram do posto de presidente de seus conselhos administrativos no final de novembro, pouco depois de sua detenção.