Advogado tem elo com crime organizado, mas Adélio agiu sozinho, conclui PF

Advogado tem elo com crime organizado, mas Adélio agiu sozinho, conclui PF

Um dos advogados de Adélio Bispo, que esfaqueou Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018, é ligado à facção criminosa PCC, mas não há indícios de envolvimento do grupo no atentado ao então candidato à Presidência da República, informou nesta terça-feira (11/06) a Polícia Federal (PF).

O órgão havia retomado as investigações para apurar a eventual participação de outros elementos além de Adélio no ataque, cometido em Juiz de Fora, Minas Gerais, durante um ato de campanha.

Novamente, a PF concluiu que Adélio teria agido sozinho, e pediu o arquivamento do inquérito. A conclusão contraria o que Bolsonaro e aliados têm continuamente sugerido, de que o crime teria tido mandantes, e que um indício disso seria o fato de Adélio já ter sido filiado ao Psol.

Operação contra advogado

Também nesta terça-feira, a PF realizou ações de busca e apreensão em Minas Gerais contra um advogado de Adélio, cujo nome não foi divulgado. Segundo a imprensa brasileira, R$ 200 milhões foram bloqueados. O órgão, porém, diz não ter encontrado provas que liguem o crime organizado ao atentado a Bolsonaro.

“Durante as diligências, foram cumpridos mandados de busca e apreensão para nova análise de equipamentos eletrônicos e documentos. Outros possíveis delitos foram descobertos, relacionados a um dos advogados de defesa do envolvido no ataque, mas sem qualquer ligação com [o ataque]”, informou a PF, sem detalhar quais seriam esses delitos.

O caso Adélio já havia sido reaberto uma outra vez, em maio de 2020, durante o governo Bolsonaro. Também na época os investigadores concluíram que o crime não tivera mandantes.

As conclusões da PF ainda serão apreciadas na Justiça, a quem cabe decidir pelo arquivamento ou continuidade das investigações.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, no fim do governo Bolsonaro a PF passou a investigar uma suposta relação do PCC com o atentado depois de descobrir pagamentos a um dos advogados de Adélio por parte de suspeitos de integrar a facção. Os repasses foram feitos dois anos após o ataque.

Adélio acabou absolvido em junho de 2019 por a Justiça ter considerado o caso psiquiátrico e ele, portanto, inimputável. Contudo Adélio foi internado por tempo indeterminado. Antes de a Justiça determinar a transferência dele para Minas Gerais, seu estado Natal, esteve até o início de 2024 na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

ra/av (ABR,ots)