Um advogado acusado de ser o arquiteto de um plano para tentar reverter os resultados das eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos, devolvendo a Casa Branca a Donald Trump, negou todas as acusações, nesta quinta-feira (17), ao comparecer a um tribunal do Arizona.

John Eastman é o primeiro de 18 acusados nesse estado, tradicionalmente um disputado campo de batalha eleitoral, a participar de audiência judicial pelo suposto plano de designar “falsos eleitores” em apoio ao ex-presidente.

Entre os acusados, estão também o ex-advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani; seu chefe de gabinete na Casa Branca, Mark Meadows; a advogada Jenna Ellis e o assessor de campanha Boris Epshteyn.

Nesta quinta, Eastman se declarou inocente de nove acusações que incluem conspiração, falsificação e fraude. Se for declarado culpado no julgamento em outubro, pode ser condenado à prisão.

Ao sair do tribunal, ele disse aos jornalistas que as acusações nunca deveriam ter sido apresentadas. “Não houve nenhuma comunicação com eleitores do Arizona”, defendeu-se. “Confio em que que, se a lei for fielmente aplicada, serei totalmente absolvido”.

Segundo o comitê do Congresso que investiga o ataque ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021 por apoiadores de Trump, Eastman foi o autor de memorandos nos quais afirmava que o então vice-presidente, Mike Pence, poderia se negar a contar os votos de certos estados nas eleições de 2020.

O democrata Joe Biden venceu no Arizona por pouco mais de 10 mil votos, mas os republicanos insistiram, sem apresentar provas, que houve fraude e que Trump foi o vencedor.

No sistema eleitoral americano, cada estado nomeia os delegados que representarão o candidato que tiver obtido mais votos populares. É eleito aquele que tiver mais votos do colégio eleitoral, ou seja, do conjunto de delegados.

Apesar da derrota de Trump no Arizona, seus representantes teriam emitido documentos oficiais – que são enviados ao Congresso para contagem – dizendo que ele havia vencido.

O Arizona é o quarto estado a apresentar acusações contra pessoas que tentaram formar uma lista alternativa de eleitores, depois de Michigan, Geórgia e Nevada.

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