A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) escolheu o advogado italiano Pieremilio Sammarco para atuar na sua defesa enquanto. A parlamentar deixou o Brasil e foi para a Itália duas semanas depois de ser condenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a dez anos de prisão por uma invasão no sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Sammarco é docente da Universidade de Bérgamo, na região da Lombardia, e atua como professor titular de Direito Privado Comparado. O advogado se formou em Direito pela Universidade de Roma “La Sapienza” em 1992 e integra o Studio Legale Sammarco e Associati, um escritório de advocacia.
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Sammarco já atendeu políticos ao longo de sua atuação como advogado. Segundo o “Il Giornale”, no ano passado, o italiano representou a defesa de Beppe Grillo, comediante fundador do Movimento Cinco Estrelas, em um processo contra o ex-primeiro-ministro da Itália Giuseppe Conte.
Ainda, Sammarco integrou a defesa da ex-prefeita de Roma Virginia Raggi em 2017 durante um processo de difamação, de acordo com o jornal “Il Messaggero”.
Condenação de Zambelli
Carla Zambelli foi condenada, em 14 de maio, por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o auxílio do hacker Walter Delgatti, condenado a 8 anos e 3 meses de prisão no mesmo processo, e falsidade ideológica.
Com a decisão unânime da Primeira Turma, Zambelli também foi condenada à perda do mandato parlamentar após esgotados todos os recursos possíveis.
A deputada também responde a outro processo criminal no STF, no qual figura como ré por ter sacado uma arma de fogo em plena luz do dia e, junto com seguranças e assessores, ter perseguido o jornalista Luan Araújo. O episódio ocorreu às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, e foi citado pela parlamentar durante a live desta manhã.
Zambelli entrou para a lista vermelha da Interpol após fugir do Brasil e ir para Itália, nação da qual tem cidadania, para evitar a prisão.
“Como cidadã italiana, eu sou intocável na Itália, não há o que ele [Alexandre de Moraes] possa fazer para me extraditar de um país onde eu sou cidadã, então eu estou muito tranquila quanto a isso”, afirmou Zambelli à CNN no início do mês.
Em 2015, no entanto, a Itália extraditou o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no caso do mensalão, apesar de ele ter cidadania italiana.
*Com informações da Ansa e da Agência Brasil