O advogado de Leniel Borel de Almeida, pai do menino Henry Borel, afirmou ao “Fantástico”, da TV Globo, que estuda pedir a exumação do corpo da criança. A Polícia Civil está investigando a morte da criança que chegou a um hospital do Rio de Janeiro sem vida no último dia 8.

“O nosso papel como defesa do pai não é incriminar A ou B, é saber a verdade. Por que o menino morreu daquele jeito? Daquela forma?”, afirmou Leonardo Barreto.

De acordo com Leniel, ele foi orientado pela equipe médica responsável pelo atendimento do filho a registrar ocorrência na delegacia da Barra da Tijuca, onde pediu um laudo do Instituto Médico Legal (IML).

O laudo apontou lesões espalhadas pelo corpo do menino, infiltrações hemorrágicas nas partes frontal, lateral e posterior da cabeça, contusões no rim, no pulmão e no fígado.

A causa da morte foi por “hemorragia interna causada pelo rompimento do fígado”. Para peritos ouvidos pelo jornal Extra e pela TV Globo, os edemas, equimoses, contusões e hematomas listados no documento não são compatíveis com um acidente doméstico.

Mãe diz que menino teria caído da cama

Henry passou o final de semana do último dia 7 com o pai e votou para casa da mãe Monique Medeiros por volta das 19h30. Ela relatou que a criança vomitou ao chegar no local, mas não estranhou o estado, por tratar como algo normal quando o filho chorava muito.

De acordo com Monique, na madrugada do dia 8, ela e o padrasto de Henry, o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), estavam em um quarto assistindo televisão, enquanto o filho dormia no quarto do casal.

À polícia, o padrasto do menino contou que estava assistindo a uma série no quarto de hóspedes com a mulher para não incomodar o sono do enteado. Monique afirmou que acordou por volta das 3h30 com o barulho da TV ligada.

Ela relatou ter ido ao quarto do casal, onde viu o filho caído no chão. “Peguei meu filho, botei em cima da cama. Estranhei. As mãos e os pés dele estavam muito geladinhos. Chamei o Jairinho. Ele enrolou meu filho numa manta e fomos ao hospital”, disse a mãe em entrevista à Record TV.

Leniel disse que recebeu uma ligação de sua ex-mulher afirmando que iria levar o filho ao hospital. “A primeira reação foi perguntar [a Monique e Jairinho] o que tinha acontecido. Porque eu não sabia o que tinha acontecido. Entreguei o menino perfeito”, disse o pai ao RJ2, da TV Globo.

Quando o pai encontrou o casal, Monique e Jairinho contaram que Henry havia feito um “barulho estranho” enquanto dormia. Em depoimento à policia, Monique afirmou que imaginava que Henry teria acordado, ficado em pé em cima da cama e se desequilibrado ou até tropeçado no encosto da poltrona e caído no chão.

Ela também relatou que, quando deu banho no filho antes dele ir dormir, não percebeu qualquer lesão grave. Jairinho foi quem dirigiu até o hospital Barra D’Or. Apesar de ser médico, o vereador afirmou que a última vez que tinha feito massagem cardíaca foi em um boneco, ainda na faculdade.

Já Monique afirmou que fez uma manobra de respiração boca-a-boca, apesar de não saber realizar o procedimento.

Novos depoimentos

A Polícia Civil pretende ouvir mais testemunhas e fazer novas diligências para tentar esclarecer o que houve com o menino Henry Borel, de 4 anos.

Na tarde de segunda-feira, a polícia chegou a fazer uma perícia no apartamento de Monique e Dr. Jairinho. No entanto, quando os peritos chegaram, uma funcionária do casal já tinha feito a limpeza do local.

A 16ª DP (Barra) também recolheu imagens de câmeras de segurança mostrando que Henry chegou bem ao condomínio onde moram a mãe e o padrasto. Ele foi levado até lá pelo pai.