11/08/2020 - 9:35
Um vídeo de um menino de 8 anos sendo algemado dentro de uma escola por policiais em Key West, na Flórida (EUA), viralizou nas redes sociais. O episódio ocorreu em 2018 e ganhou repercussão esta semana após ser compartilhado pelo advogado Benjamin Crump, que representa a família de George Floyd, homem negro que morreu depois de ficar desacordado ao ser imobilizado por um policial branco.
De acordo com Crump, o menino que aparece no vídeo tem necessidade especiais. Nas imagens, dois policiais de Key West dizem ao garoto que ele “vai para a cadeia”. Um dos policiais faz com que a criança coloque as mãos contra um armário enquanto o revista.
Unbelievable!! @KWPOLICE used “scared straight” tactics on 8yo boy with special needs. He's 3.5 ft tall and 64 lbs, but they thought it was appropriate to handcuff and transport him to an adult prison for processing!! He was so small the cuffs fell off his wrists! pic.twitter.com/iSTlXdKas6
— Ben Crump (@AttorneyCrump) August 10, 2020
Em seguida, o policial tenta algemar a criança. No entanto, as algemas não couberam no menino. Segundo o New York Post, a polícia foi chamada à escola no dia 14 de dezembro de 2018. A criança supostamente teria socado o peito de uma professora.
Conforme o relatório do caso obtido pelo jornal Miami Herald, a professora disse que o menino se recusou repetidamente a sentar-se adequadamente no banco do refeitório, então ela o chamou para dar um passeio com ela. Foi quando ele supostamente bateu nela e disse “minha mãe vai bater na sua…”.
Os policiais prenderam o menino, que não foi citado no relatório por causa de sua idade, e o acusaram de agressão criminosa. Para Crump, a professora substituta “não tinha consciência ou preocupação com as necessidades da criança o que agravou a situação”. “Este foi um exemplo doloroso de como nossos sistemas educacionais e policiais treinam crianças para serem criminosas, tratando-as como criminosas”.
“Se condenada, a criança neste caso seria um criminoso condenado aos oito anos”, disse Crump em um comunicado. “Este garotinho foi reprovado por todos que participaram desse terrível incidente.”
O chefe de polícia de Key West, Sean T. Brandenburg, disse ao jornal Miami Herald em um comunicado que os policiais não fizeram nada de errado e que “os procedimentos operacionais padrão foram seguidos”.