O advogado Frederick Wassef, defensor do senador Flávio Bolsonaro (sem partido – RJ), disse nesta quarta-feira, 18, que não teme os resultados da nova incursão do Ministério Público (MP) do Rio contra seu cliente.

Wassef afirmou que ainda não teve acesso à decisão judicial que autorizou buscas em 24 endereços, inclusive de alvos ligados a Flávio e a Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, e que pretende tomar medidas contra o vazamento da operação.

Wassef disse que conversou com Flávio sobre a ofensiva do Ministério Público, desencadeada depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) destravou a investigação relativa a dados compartilhados pela Unidade de Inteligência Financeira, antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou movimentações atípicas nas contas do ex-assessor Fabrício Queiroz.

Desde as primeiras horas desta quarta, os promotores fazem buscas. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Estadão/Broadcast.

A operação se dá no âmbito da investigação que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro e peculato no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio quando ele exercia mandato de deputado estadual.

Além de Queiroz, são alvo da operação familiares do ex-assessor e de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. A investigação mira suposto esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio na Assembleia.

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“O Flávio está surpreso (com a operação desta quarta), mas zero de preocupação. Como eu também. Nada de ilegal vão encontrar, como não encontraram na quebra do sigilo bancário e fiscal”, disse Frederick Wassef.

O advogado disse que os investigadores “não vão lograr êxito, nada de errado vão encontrar porque jamais existiu esquema de ‘rachadinha’ no gabinete do meu cliente”.

Sobre a operação desta quarta, ele protestou enfaticamente. “Invadiram a empresa do meu cliente, mas certamente não vão encontrar nada, simplesmente porque não existe nada que o comprometa. Vão pegar documentos, informações do dia a dia de uma empresa de chocolates, nada mais”, declarou.

Wassef considera que uma medida cautelar dessa natureza é previsível dentro de alguma investigação, mas ele protesta contra o que chama de “vazamento da operação” e, mais ainda, como as buscas são realizadas e seus reflexos na rotina da empresa.

“Arrombaram a porta, pelo que sei, um absurdo. Imagine o estrago que isso causa, clientes assustados, temerosos de comprar alguma coisa.” Wassef argumenta que o que está se comentando no Rio é que está havendo uma série de ilegalidades e arbitrariedades nessas buscas.

“Estão buscando materiais de pessoas que nunca trabalharam no gabinete do Flávio, jamais. Coisas estão sendo apreendidas, estão pegando de todo mundo, indiscriminadamente. Alguma ilegalidade está sendo cometida na operacionalização da medida”, finalizou.


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