O advogado do escritório britânico PGMBM Tom Goodhead disse nesta sexta-feira, 8, que ainda é difícil projetar o tamanho financeiro do caso da tragédia de Mariana que será julgado no Reino Unido, mas salientou que, na peça da Corte Inglesa, se fala que o caso pode chegar a 25 bilhões de libras. O valor colocado na solicitação inicial, em 2018, era de 5 bilhões de libras.

“O valor precisa ser constantemente atualizado, pois há um indicativo de acréscimo de juro de 1% ao mês no Brasil”, disse, durante entrevista coletiva concedida neste momento a partir de Londres. “Além disso, há mais clientes entrando na ação, o que aumenta o seu valor”, acrescentou.

Em relação à possibilidade de vitória das vítimas no Reino Unido, o advogado foi questionado sobre como ficarão os casos das pessoas que já foram indenizadas totalmente ou em parte no Brasil. Segundo ele, cada tipo de acordo já fechado no País será analisado. “Além disso, os acordos no Brasil estão constantemente sendo alterados. Não há segurança agora para dizer, no momento, que será completamente aceito, e nem não aceito”, explicou.

No momento certo do processo, de acordo com os advogados das vítimas, será verificada a questão com a Corte da Inglaterra com o que está acontecendo no Brasil no intuito de conciliar os julgamentos. Goodhead salientou que, no caso de a BHP tentar apelar para que o caso não siga no Reino Unido, a decisão deve ser anunciada em outubro ou novembro deste ano.

Próxima fase

Tom Goodhead estimou que a próxima fase do julgamento da tragédia de Mariana pode ocorrer até 2023. Ele fez a projeção depois que foram gastos quatro anos apenas para a Suprema Corte britânica aceitar julgar o processo localmente. Esse foi um pedido dos defensores das vítimas levando em conta que a BHP é uma empresa anglo-australiana. A empresa deve recorrer do caso.

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“Fez parte da decisão da Corte a avaliação de que as próximas fases são de mais fácil conclusão e processamento”, disse o advogado, que concede uma entrevista coletiva neste momento a partir de Londres. Ele salientou que grandes corporações como a BHP costumam buscar acordo extrajudicial com a parte contrária e enfatizou que a negociação está aberta com a BHP.

Uma tentativa de repactuação no Brasil já ocorre há algum tempo, mas não há como ter certeza sobre as consequências. A busca, segundo outros advogados presentes, é por uma indenização que esteja de acordo com o interesse dos clientes.


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