Um dos advogados que integra a defesa do ex-jogador Robinho, condenado por estupro e preso no dia 21 de março em Santos (SP), é Pedro Júnior Rosalino Braule Pinto, vítima de sequestro em 1986. Na ocasião, “Pedrinho” foi levado do hospital Maternidade Santa Lúcia, em Brasília (DF), poucas horas após nascer e viveu 16 anos como filho de outra família em Goiânia (GO).

O advogado viveu como filho de Vilma Martins Costa, que levou o bebê da unidade de saúde em que nasceu. Apenas em 2002 os pais biológicos conseguiram reencontrar “Pedrinho”.

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Vilma Martins Costa sequestrou o bebê na maternidade e criou um registro falso de nome. Por anos, Pedrinho foi conhecido como Osvaldo Martins Borges Júnior.

O caso só chegou a uma conclusão em 2002, quando uma ligação anônima ao SOS Criança de Brasília informou o paradeiro do recém-nascido, filho biológico de Maria Auxiliadora e Jayro Tapajós Braule Pinto.

A chamada foi feita por uma neta de Osvaldo Borges, pai adotivo de Pedrinho, que sempre desconfiou no fato do jovem ser da família e conseguiu achar uma imagem de Jayro Tapajós aos 12 anos. A mulher acionou as autoridades.

O advogado se reencontrou com os pais biológicos posteriormente. O ocorrido ficou conhecido como “caso Pedrinho” e terminou com a prisão de Vilma Martins Costa, que foi solta alguns anos depois.

Caso Robinho

O ex-jogador de futebol Robson de Souza, conhecido como Robinho, foi preso em Santos (SP) após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidir que ele cumpra a pena de nove anos por estupro coletivo no Brasil. Ele está na Penitenciária 2 de Tremembé, localizada no interior paulista.

Transcrições de interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial mostraram que Robinho revelou ter participado do ato que levou uma jovem de origem albanesa a acusar o jogador e amigos de estupro coletivo, em Milão, na Itália. Em 2017, a Justiça italiana se baseou principalmente nessas gravações para condenar o atacante em primeira instância a nove anos de prisão. Os áudios revelados agora já estavam transcritos nos processo.

Os trechos divulgados mostram Robinho conversando com o amigo Ricardo Falco sobre a noite do crime, ocorrido em 2013, na boate Sio Café, em Milão. Eles discutem sobre os depoimentos que deram para a polícia. As gravações trazem descrições explícitas da cena do abuso e linguagem imprópria.

Em uma das gravações, o jogador admite que fez sexo com penetração com a vítima. Anteriormente, o ex-jogador do Santos e da seleção brasileira tinha afirmado que só havia ocorrido sexo oral. O brasileiro e seu amigo Falco foram condenados a nove anos de prisão pelo crime de agressão sexual em grupo. Como voltou para o Brasil, a pena não foi executada.

Além das gravações telefônicas, a polícia italiana instalou um grampo no carro de Robinho e conseguiu captar outras conversas. Para a Justiça italiana, as conversas são “auto acusatório”. As escutas exibem um diálogo entre o jogador e um músico, que tocou naquela noite na boate e avisou ao atleta sobre a investigação.

Procurado pela reportagem em outubro de 2020, o advogado Franco Moretti, que representava Robinho na Itália, reforçou que seu cliente era inocente. O jogador afirmou que toda a relação que teve com a denunciante foi consensual e ressaltou que seu único arrependimento foi ter sido infiel com sua mulher.

*Com informações do Estadão