A polícia israelense afirmou nesta quinta-feira (8) ter provas do suposto envolvimento de David Shimron, advogado e primo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um caso de corrupção que atinge o chefe de Governo, igualmente alvo de outras investigações.

Tratam-se de suspeitas de suposta corrupção em torno da venda pela Alemanha para Israel de submarinos militares e outros barcos da companhia ThyssenKrupp, por uma quantia de dois bilhões de dólares.

O próprio Netanyahu nunca foi envolvido especificamente neste caso, embora tenha sido interrogado no curso das investigações.

Não obstante, o primeiro-ministro israelense é alvo de outras investigações por suposta corrupção, que ameaçam seu longo período no poder, e nas quais foi interrogado mais de uma dúzia de vezes como suspeito ou testemunha.

No caso dos submarinos militares, a polícia apresentou as suas conclusões ao longo de uma extensa investigação pedindo a acusação de David Shimron por suspeitas de corrupção, fraude e lavagem de dinheiro.

Além de Shimron, a polícia também suspeita que David Sharan, ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro, o ex-comandante da Marinha, o almirante da reserva Eliezer Marom, e o ex-ministro Eliezer Zandberg, estão envolvidos no caso.

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A polícia indicou que não contava com “provas suficientes” para acusar o outro advogado de Netanyahu, Yitzhak Molcho.

O procurador-geral deverá decidir agora se acusa formalmente os suspeitos.

Em julho de 2017, o representante em Israel do grupo ThyssenKrupp no momento da venda, Michael Ganor, chegou a um acordo com a Justiça para se declarar culpado. Aceitando ser testemunha de acusação, receberá uma pena de um ano de prisão e uma multa de 10 milhões de shekels (2,4 milhões de euros).

O primeiro-ministro está atualmente citado em outros quatro casos, e a polícia solicitou em fevereiro a sua acusação em dois destes.

Um se trata de presentes que teria recebido indevidamente por parte de ricas celebridades, e o outro de um acordo que teria tentado alcançar com o jornal popular Yediot Aharonot em troca de uma cobertura favorável.

Netanyahu, que sempre proclamou a sua inocência e denunciou uma “caça às bruxas”, assegura sua firme intenção de permanecer em seu cargo.

Apesar dessas investigações, segue em uma boa posição nas pesquisas e pode, após 12 anos no poder, bater o recorde de longevidade do histórico David Ben Gurion.

O procurador-geral deverá tomar uma decisão nos próximos meses, mas mesmo que Netanyahu seja acusado formalmente, não tem a obrigação legal de renunciar.


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