Advogado de ex-assessor de Bolsonaro é detido por desacato durante julgamento no STF

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Sebastião Coelho Foto: Reprodução

Sebastião Coelho, desembargador aposentado e advogado de Filipe Martins, ex-assessor especial de Jair Bolsonaro (PL), foi detido pela Policia Judicial do STF (Supremo Tribunal Federal) e impedido de acompanhar o julgamento que pode tornar o ex-presidente e aliados réus pelas denúncias de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

O advogado gritava durante a leitura do relatório apresentado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre a trama golpista, cujo recebimento está sendo julgado nesta terça-feira, 25, pela Primeira Turma da corte. Responsável pela leitura, o ministro Alexandre de Moraes chegou a interromper sua fala pela interferência, mas Coelho acabou preso em flagrante por desacato e ofensas ao tribunal.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, determinou que ele fosse liberado após o registro de um boletim de ocorrência.

Conforme o regimento da sessão, o plenário foi restrito aos advogados dos oito denunciados que integram o núcleo principal da trama golpista, cujo envolvimento foi relatado nas denúncias discutidas nesta terça pela corte. Filipe Martins também foi denunciado pela PGR, mas não integra este núcleo.

O que está em jogo nesta terça

Primeira Turma do STF começa a julgar o recebimento das denúncias oferecidas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas pela participação no principal núcleo de uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, descoberta pela Polícia Federal.

A primeira sessão marcada para analisar o caso começará às 9h30. Os ministros voltarão a julgar o mérito das denúncias ainda nesta terça, às 14h30, e novamente na quarta-feira, 26, às 9h30. Todas as sessões serão transmitidas ao vivo pelos canais públicos da TV Justiça e do STF no YouTube.

Vale lembrar que a pauta desse julgamento não são os crimes que supostamente foram cometidos pelo núcleo golpista, mas o acolhimento do material enviado pela PGR. Se a Primeira Turma formar maioria pela aceitação, um processo criminal é instaurado na corte, tornando Bolsonaro e os sete aliados réus pelas denúncias de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Quem são os denunciados do núcleo

  • o ex-presidente Jair Bolsonaro;
  • o ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem;
  • o ex-comandante da Marinha do Brasil, Almir Garnier Santos;
  • o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres;
  • o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, General Augusto Heleno;
  • o ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência, Mauro Cid;
  • o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira;
  • o ex-ministro da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto.

Quem são os ministros que julgam o recebimento

  • Alexandre de Moraes;
  • Cármen Lúcia;
  • Cristiano Zanin;
  • Flávio Dino;
  • Luiz Fux.

O que embasou as denúncias