O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, é investigado como suspeito de bater seu carro de luxo, um Porsche 2023 avaliado em mais de R$ 1 milhões, contra um Renault Sandero, e matar o motorista de aplicativo Ornaldo Viana na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Na noite de segunda-feira, 1°, a Justiça negou o pedido de prisão temporária do jovem.

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A detenção havia sido pedida pelos investigadores do 30° Distrito Policial (DP) Tatuapé, que indiciaram criminalmente o empresário por homicídio doloso (quando se assume o risco de matar), lesão corporal e fuga do local.

Em entrevista à ISTOÉ, o advogado criminalista Rafael Paiva disse que, a seu ver, o pedido de prisão temporária foi equivocado, pois o correto seria de preventiva, que provavelmente também seria negada. “Uma prisão temporária tem prazo de cinco a 30 dias e se amplia para investigação de casos hediondos. No caso do empresário, não há necessidade de ele estar preso para que ocorra a apuração. A prisão preventiva seria justificava pelo fato de ele não ter colabora no início das investigações, não ter feito o teste do bafômetro e por haver risco de fuga”, completou.

Relembre o caso

De acordo com testemunhas, o acidente ocorreu por volta das 2h. O empresário tentou fazer uma ultrapassagem em alta velocidade e bateu contra o carro de Ornaldo Viana, que estava sozinho no veículo.

Fernando Sastre estava acompanhado de Marcus Vinícius, que se feriu no acidente e precisou ser levado a um hospital. O motorista de aplicativo também foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.

Policiais militares que atenderam a ocorrência disseram que a mãe do empresário, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, esteve no local e pediu para levar o filho ao Hospital São Luiz Ibirapuera, por conta de um ferimento na boca.

Os agentes teriam concordado com isso, mas, ao irem à unidade de saúde para fazer o teste do bafômetro, foram informados que o empresário não havia dado entrada no hospital.

Para o advogado Rafael Paiva essa suposta atitude dos policiais é incomum. “Caso isso tenha realmente ocorrido, é necessária uma investigação para averiguar possível prevaricação dos agentes. Os militares devem explicar o motivo de terem deixado o empresário ir embora após ter colidido em altíssima velocidade contra um carro. Isso é um absurdo e deve ser apurado”, completou.

O empresário se apresentou à delegacia na segunda-feira, prestou depoimento e foi liberado. A defesa dele afirmou que Fernando Sastre não fugiu do local do acidente. “Ele já estava devidamente qualificado pelos policiais militares de trânsito, tendo sido liberado pela Polícia Militar para que fosse encaminhado ao hospital. Contudo, por fundado receio de sofrer linchamento, já que naquele momento passou a sofrer o ‘linchamento virtual’, bem como por conta do choque causado pelo acidente e pela notícia do falecimento do motorista do outro veículo, foi necessário seu resguardo”, finalizou.