Um juiz australiano condenou nesta terça-feira um ex-advogado do Exército a cinco anos e oito meses de prisão por roubar arquivos secretos da guerra do Afeganistão e repassar o material à imprensa.

Os dados roubados por David McBride foram utilizados na série “Afghan Files” (Arquivos Afegãos), exibida em 2017 pela televisão pública ABC, que atribuiu a soldados australianos o assassinato de homens desarmados e crianças no Afeganistão.

A defesa de McBride alegou em primeira instância que o juramento do serviço militar obrigava o advogado a revelar informações de interesse público.

Em novembro do ano passado, no entanto, o réu se declarou culpado de três crimes, por roubo e vazamento de informação militar.

O advogado de McBride, Mark Davis, anunciou que vai apresentar recurso contra sentença.

Após os ataques de 11 de setembro de 2001, a Austrália enviou mais de 26.000 soldados ao Afeganistão para lutar contra os talibãs ao lado dos Estados Unidos e de outros países aliados.

As tropas de combate australianas deixaram o país em 2013, mas desde então foram revelados diversos casos de má conduta de suas forças de elite: a morte de um menino de seis anos, a amputação de uma mão de um cadáver inimigo ou o assassinato a tiros de um prisioneiro para abrir espaço em um helicóptero.

Em novembro de 2020, um inquérito público concluiu que as forças de elite australianas “mataram ilegalmente” 39 civis e prisioneiros no Afeganistão.

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