Advogada de Robinho discute com comentaristas da Fox Sports

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Marisa Alija e Flavinho discutem durante programa Foto: Reprodução Fox Sports

Durante a edição do programa Fox Sports Rádio, desta terça-feira (13), a advogada de Robinho Marisa Alija rebateu os comentaristas Osvaldo Pascoal e Flávio Gomes sobre a polêmica contratação do jogador pelo Santos e o caso de estupro pelo qual o jogador é acusado.

O rei das pedaladas foi condenado a nove anos de prisão em primeira instância pela Justiça italiana. A sentença ainda cabe recurso e ainda pode evoluir para a terceira instância antes do veredito.

Antes da advogada participar da atração, os comentaristas criticaram a postura do Santos pela contratação de Robinho.

“O que ele cometeu é estupro. É um negócio muito pesado, muito forte. Eu não contrataria o Robinho nem esportivamente nem socialmente nesse momento. O Villa, colombiano, que jogava no Boca Juniors, foi acusado de agredir a esposa. O Atlético-MG teve a chance de contratá-lo, mas a torcida feminina impediu que acontecesse”, disse Pascoal.

“O Santos faz promoções toda hora contra discriminação racial, agressão à mulher. Tudo que é nesse sentido. E está certo. (…) Ele já foi condenado, sim, em primeira instância. Se ele for condenado em segunda, pode sair um mandado de prisão. Aí, o presidente do Santos vai receber essa informação da Interpol. Eu não contrataria esportivamente porque os números dele desde o Atlético-MG não são bons. E não contrataria por esse aspecto social. É fora de propósito”, explicou.

Não contrataria em hipótese alguma. Ele já é condenado. tem um fato. A solidariedade deve ser à menina envolvida no episódio com vários homens, um deles o Robinho. (…) Tem a questão legal de ele poder recorrer, mas há um fato. (…) No que ele tem que se acertar com a justiça, ele que se acerte, mas no que depender de mim, eu não contrataria. Nunca, jamais contrataria pessoas envolvidas nesse tipo de caso, ainda que a condenação não seja definitiva”, acrescentou Flavinho.

Debate entre a advogada e os comentaristas

Quando o assunto foi o caso em si, Marisa disse que não poderia comentar o mérito do processo e a recusa deu início a uma discussão entre ela e os comentaristas.

Pascoal: “Se a senhora não pode entrar no mérito da questão, não temos o que discutir”.

Marisa: “Temos o que discutir. Vocês estão falando sem ter o mínimo de conhecimento, por que eu não posso falar sem ter o mérito?”.

Pascoal: “Qual o mínimo de conhecimento que a senhora quer discutir?”.

Benja: “Espera aí. Gente, faz a pergunta e deixa a doutora responder”.

Marisa: “Para começar, eu fui convidada a entrar, eu não me convidei e eu disse exatamente isso. Eu trabalho com transparência. Eu quero dizer para o Pascoal que ele está dizendo ‘condenado’ por ter lido a sentença e fico feliz que alguém leu alguma coisa, mas quero dizer para ele que, de acordo com o artigo 27 da Constituição Italian, artigo 5º da Constituição Brasileira e artigo 8º do Tratado de Direitos Humanos, ele não pode ser considerado condenado. A palavra ‘condenado’ já está sendo usada de maneira ilegal. Enquanto ele não for condenado em todas as instâncias, que é o que a maioria da imprensa quer, pelo visto, essa palavra não pode ser usada. Eu não estou defendendo, estou dizendo o que você pode ou não falar.

Flavinho: “Que palavra a senhora quer que a gente use para se referir a ele?”.

Marisa: “Tecnicamente, ele sofreu uma perda na primeira instância, mas ainda pode recorrer. Só pode usar condenado depois que não tiver mais recurso cabível”.

Flavinho: “Mas ele foi condenado em primeira instância. Queria saber que palavra a senhora quer que a gente use na conversa porque a senhora não pode entrar no mérito, a senhora disse que estamos todos dispostos a condenar o Robinho, a lacrar. Então queria saber que palavra vou usar na minha pergunta”.

Marisa: “Ele não é condenado definitivamente. Você tem que usar a palavra acusado”. O apresentador acalmou os ânimos e passou a palavra aos outros comentaristas, que adotaram um tom mais amistoso em suas perguntas. No fim da entrevista, porém, a palavra voltou a Flávio Gomes, que elevou o tom da discussão com Marisa Alija.

Flavinho: “Ela está falando em lacração. Todo mundo tem noticiado que a condenação do Robinho é em primeira instância A senhora está atribuindo à imprensa – e a imprensa é muita gente – um desconhecimento total da causa, do processo. Nós temos conhecimento Quem está tentando lacrar é a senhora. Me desculpe. Todo mundo sabe que é em primeira instância. E que ele foi condenado. Eu não consegui outra palavra, talvez sentenciado. Mas não pode atribuir ignorância à toda imprensa. É exagero”.

Marisa: “Posso falar? A carapuça serviu para voce, por isso você ficou ouriçado”.

Flavinho: “Não tem carapuça nenhuma”..

Marisa: “Eu deixei você falar. Você vai deixar eu falar?”.

Flavinho: “Posso”.

Flavinho: “Eu não falei nada disso”.

Marisa: “Escuta o que você falou. Eu estava ouvindo. Você tem a gravação. Escuta. Está gravado. Não estou inventando nada. É só você rever. As pessoas têm que tomar cuidado ou ter peito para assumir o que fala. Eu gosto muito de falar, mas sei no que estou baseada”.

Flavinho: “Eu não falei nada nesses termos. Eu não sou juiz”.

Marisa: “Vamos fazer o seguinte, você revê o que você falou, eu te dou até amanhã. Se você não acha que falou nada, mantém, se não se retrata, que dá tempo ainda”.

Flavinho: “Eu agradeço profundamente, mas não preciso. Não falei nada disso”.

Benja: “Volta aqui para mim. Vamos acalmar os ânimos. Eu queria agradecer sua participação, doutora Marisa. O programa aqui é democrático”.