Adversário de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais, Edmundo González Urrutia se autoproclamou presidente da Venezuela nesta segunda-feira, 5, em carta publicada em suas redes sociais.

“Nós ganhamos essa eleição, sem dúvida alguma. Foi uma avalanche eleitoral, com uma organização cidadã admirável, pacífica, democrática e resultados irreversíveis. Agora, cabe a nós fazer a voz do povo ser respeitada. Deve-se, de imediato, proclamar Edmundo González Urrutia presidente eleito da Venezuela”, disse o comunicado.

Urrutia afirmou ter conquistado 67% dos votos no pleito, pediu que o presidente reconheça a derrota e cesse a repressão violenta nos protestos contrários ao governo e pediu que “militares e policiais se coloquem ao lado do povo e de suas próprias famílias”.

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Além do próprio político, assinou o texto Maria Corína Machado, líder da oposição que teve seus direitos políticos cassados pela Suprema Corte do país e não pôde ser candidata contra o presidente.

A segunda reeleição de Maduro foi homologada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) venezuelano, mas chefes de Estado, lideranças internacionais e entidades de fiscalização eleitoral questionaram os resultados com base nas dezenas de abusos cometidos pelo líder chavista no caminho para a vitória — da perseguição de opositores ao aparelhamento dos órgãos do Judiciário.